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Capital

Após cinco anos, HU vai reativar radioterapia na próxima 2ª feira

Aline dos Santos | 02/04/2013 10:42
Em 2012, Justiça obrigou HU a aceitar equipamento para setor de oncologia.  (Foto: João Garrigó)
Em 2012, Justiça obrigou HU a aceitar equipamento para setor de oncologia. (Foto: João Garrigó)

Fechada há cinco anos, a radioterapia do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande será reaberta na próxima segunda-feira, dia 8 de abril. Conforme a assessoria de imprensa do hospital, foram contratados dois médicos radioterapeutas.

Nesta semana, os profissionais passam por treinamento para operacionalização do software do equipamento. O anúncio da reativação veio 14 dias após a Operação Sangue Frio, que investiga esquema de monopólio no tratamento do câncer em Campo Grande.

A ação da PF (Polícia Federal) apreendeu documento no hospital, administrado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), e a Justiça afastou o então diretor do HU, José Carlos Dorsa Vieira Pontes, por 60 dias. A mesma decisão levou ao afastamento, também por igual período, de Alceu Edison Torres. Ele era gestor de contrato com os terceirizados.

Em janeiro de 2012, o HU ensaiou a reativação do setor, com atendimento a dois pacientes. Na ocasião, José Carlos Dorsa afirmou que o aparelho de cobaltoterapia, que data da década de 1970, era ultrapassado e o tratamento, restrito.

Ainda no ano passado, a resistência do HU em aceitar recursos do governo federal e reativar o setor de radioterapia foi parar na Justiça. O plano da União previa investimento de R$ 505 milhões em 80 hospitais, cinco deles em Mato Grosso do Sul. No Estado, somente o HU e a Santa Casa de Campo Grande rejeitaram a oferta. A recusa levou o Sintss (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social) a acionar o MPF (Ministério Público Federal).

Auditoria realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União) em 2012 verificou prejuízo de R$ 973 mil aos cofres públicos. De acordo com a chefe da controladoria em Mato Grosso do Sul, Janaína Faria, o valor foi obtido após levantamento em contratos do Hospital Universitário que somam R$ 11 milhões.

A análise trouxe à tona uma série de irregularidade: direcionamento de licitação, montagem de processos licitatórios, subcontratação de serviços para empresas ligadas a dirigentes do hospital, superfaturamento e emissão de empenho anterior à adesão em ata de registro de preços.

Sangue Frio – A operação da PF também cumpriu mandados de busca e apreensão no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, e na residência do médico Adalberto Abrão Siufi, que até mês passado era diretor-geral da unidade hospitalar. O hospital é suspeito de servir como fachada para desvio de dinheiro público. A unidade oferece tanto atendimento privado quanto pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e é administrada pela Fundação Carmem Prudente.

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