Após duplo assassinato, parentes questionam: “Como um cara desses é guarda?”
A manhã desta segunda-feira (02) também foi de despedida para a família de Steferson Batista de Souza, assassinado pelo guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, que na noite de sábado invadiu a casa da vítima e também matou a ex-companheira Maxelline dos Santos, de 28 anos.
A indignação é grande durante o velório de Steferson, principalmente, diante da profissão do assassino. “Como um cara desses pode ser guarda municipal?”, questiona o primo Clelciano de Aquino Souza, 33 anos. Ele lembra que o guarda já respondia processo administrativo, acusado de espancar um preso. "Como ainda podia ter posse de arma?", reclama.
Para o sepultamento, a família aguarda a chegada do filho mais velho de Steferson, de 14 anos, que vive com a mãe em Jaciara (MT). Vendedor autônomo, ele também deixa uma filha, de 6 anos. A mãe da criança, Camila Teles, esposa de Steferson, foi a terceira vítima de Valtenir, mas sobreviveu, apesar de baleada nas costas.
Depois de um domingo com notícias chegando de parentes, amigos e imprensa, muita gente parece ainda não acreditar no que aconteceu. "Primeira coisa que pensamos é que tinha sido assalto. É muito revoltante", resume a prima Renata Souza Goes, de 36 anos.
A irmã, Stefânia Batista de Souza Couro, de 39 anos, diz que a orientação é não comentar sobre o crime para “não prejudicar o processo”. Mas sobre Steferson ela fala com carinho. ““Muito trabalhador, promotor de vendas, só Deus para tirar essa dor da gente. Uma hora a gente melhora, na outra volta a chorar. Vai fazer muito falta para mim, para os filhos, os sobrinhos.”
Segundo ela, o irmão costumava reunir amigos para churrasco aos fins de semana. No sábado, Camila chamou a amiga Maxelline, mas por volta das 23h, o guarda municipal invadiu a casa no Jardim Noroeste e baleou os três. Maxelline e Steferson morreram na hora.