Morta em churrasco, mulher havia pedido proteção contra guarda
Cenário de dois assassinatos, casa amanheceu com marcas de sangue na calçada e carne na churrasqueira
Cenário de dois assassinatos, sendo um feminicídio, a casa no Jardim Noroeste, em Campo Grande, amanheceu com marcas de sangue na calçada e carne na churrasqueira. No imóvel, impera o silêncio, enquanto vizinhos contam sobre o crime na noite de sábado (dia 29 de fevereiro).
De acordo com a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a vítima de feminicídio já tinha registrado boletim de ocorrência por ameaça e violação de domicílio, com pedido de medida protetiva de urgência em 17 de fevereiro.
Segundo relatos de vizinhos, acontecia uma festa na casa de esquina, quando ouviram três tiros, por volta das 23h. Na sequência, chegaram viaturas da polícia e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Chocados com a violência, os vizinhos temem que a cena tenha sido testemunhada por criança, que mora na casa.
Conforme apurado pela reportagem, o guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, 35 anos, matou a ex-esposa Maxelline Santos, 28 anos, e Steferson Batista de Souza, dono da casa. A esposa dele, Camila Telis Bispo, 31 anos, foi baleada nas costas.
O guarda chegou ao portão da residência e foi atendido pelas duas. Durante discussão, o guarda atirou na cabeça de Maxelline. Camila saiu correndo e foi atingida nas costas. Steferson saiu as casa para ver o que estava acontecendo e foi baleado no tórax.
Camila está no Pronto-Socorro da Santa Casa de Campo Grande. A paciente esta consciente e respira sem auxílio de aparelhos. Valtenir fugiu do local e ainda não foi preso. A Guarda Municipal informou que o caso ainda está em apuração e só vai se manifestar amanhã.
Mês da mulher – Marcado pelo 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o mês começou com segundo caso de feminicídio do ano em Campo Grande. Na manhã de 18 de janeiro, um sábado, a florista Regiane Fernandes de Farias, 39 anos, foi morta pelo ex-namorado Suetônio Pereira Ferreira, 57 anos.
No ano passado, Mato Grosso do Sul teve 31 casos de feminicídio, que traz a faceta cruel de ser um crime de ódio contra as mulheres. No comparativo com 2018, a queda foi de apenas 3,1%, quando foram registrados 30 casos.