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Capital

Após protesto por morte, prefeitura pede “paciência” a moradores do Noroeste

De acordo com a Sisep, obras de drenagem atrasaram devido temporada de chuvas e solo arenoso da região

Por Mylena Fraiha, Caroline Maldonado e Kamila Alcântara | 04/03/2024 14:29
Motociclista passa pela Rua Urupês, alagada após chuva em março de 2023 (Foto: Arquivo/Campo Grande News/Henrique Kawaminami)
Motociclista passa pela Rua Urupês, alagada após chuva em março de 2023 (Foto: Arquivo/Campo Grande News/Henrique Kawaminami)

Na manhã desta segunda-feira (4), a prefeita Adriane Lopes (PP) respondeu sobre situação enfrentada pelos moradores do Jardim Noroeste, bairro da Capital, em relação às obras de drenagem e pavimentação. No mês passado, um senhor morreu porque ambulância atolou antes de socorrer o paciente.

Em resposta às reivindicações dos cerca de 40 moradores que se reuniram no sábado (2) exigindo melhorias no bairro, a prefeita destacou que os recursos para drenagem e pavimentação da região estão disponíveis, porém o processo licitatório tem se mostrado moroso.

"Está em fase de licitação, nós sabemos que esse recurso já está disponível, mas o processo licitatório é moroso. A região do Noroeste é uma região arenosa, então você pode passar a patrola, choveu, vai ter problema", explicou Adriane, durante lançamento calendário especial de atividades voltadas às mulheres .

Adriane Lopes salientou ainda que a equipe da Sisep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos), liderada pelo secretário Ednei Marcelo Miglioli, está dedicada a encontrar soluções para os desafios enfrentados pelo bairro.

Durante uma coletiva de imprensa realizada no mesmo dia, o secretário da Sisep disse que o planejamento do projeto de pavimentação do bairro está em andamento. "A parte do planejamento do projeto que já elaboramos está em andamento, e a prefeita Adriane tem dedicado esforços significativos para buscar parcerias".

Ele também ressaltou a gravidade da situação enfrentada pelos moradores do Jardim Noroeste, que afetam não apenas o bairro em questão, mas também regiões vizinhas. Segundo ele, o problema só será resolvido se houver drenagem e pavimentação da região.

"Nós precisamos de um montante de recurso substancial para que a gente possa resolver o problema da drenagem e pavimentação do Noroeste. Eu não tenho como resolver o problema da drenagem sem estar junto da pavimentação, ou nós vamos ter que conviver com esse problema", explicou Miglioli.

Moradores do Jardim Noroeste levam cartazes em protesto na Avenida Min. João Arinos (Foto: Direto das Ruas)
Moradores do Jardim Noroeste levam cartazes em protesto na Avenida Min. João Arinos (Foto: Direto das Ruas)

Andamento das obras - O drama dos moradores do Jardim Noroeste, em Campo Grande, tem sido noticiado pelo Campo Grande News desde o ano passado, especialmente em relação ao estado da Avenida dos Urupês. A obra em andamento promete solucionar o problema recorrente de enxurradas que deixam diversas ruas intransitáveis tanto no Noroeste quanto na Chácara dos Poderes.

Em nota, Sisep informou que os trabalhos de drenagem na Rua Urupês estão em fase final e que a pavimentação será iniciada em seguida. A previsão inicial era de que a obra fosse concluída em fevereiro.

No entanto, a pasta afirma que as chuvas têm dificultado o andamento dos trabalhos, principalmente devido às características do solo arenoso da região. "Em alguns trechos onde está sendo feita a drenagem alguns serviços tiveram que ser refeitos, o mesmo ocorrendo com a bacia de amortecimento, afetada pela erosão em algumas partes", ressaltou a secretaria em nota.

Além disso, a Sisep destacou a realização de ações emergenciais na Rua Água Funda para garantir a trafegabilidade na via.

Esclarecimentos - No sábado passado (2), cerca de 40 moradores do Jardim Noroeste realizaram um protesto pacífico na Avenida Ministro João Arinos, na entrada do bairro, após um morador falecer em uma ambulância atolada em uma rua sem asfalto. Manifestantes exigiram respostas sobre as obras em até 15 dias, ameaçando interditar a avenida por tempo indeterminado caso não fossem atendidos.

O trágico incidente que desencadeou o protesto foi a morte de um senhor indígena de 60 anos, ocorrida na comunidade Água Funda, localizada no Noroeste. Segundo relatos dos moradores, o homem saiu para buscar lenha, sofreu uma parada cardíaca e caiu no chão. Sua esposa testemunhou a cena e pediu ajuda aos vizinhos, que acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Entretanto, a ambulância atolou no caminho. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) afirma que o óbito do paciente não foi resultado de atrasos no atendimento pelo Samu, uma vez que "a ambulância, apesar do atolamento, estava próxima ao local da emergência, e a equipe chegou ao local a pé para prestar assistência".

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