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Capital

Assassina de idosa troca versão pela 3ª vez e pode estar grávida

Pâmela Ortiz alegou que não foi escutada em nenhum momento, desde o primeiro dia de prisão até a audiência de custódia

Gabriel Neris e Aletheya Alves | 17/06/2019 18:20
Pâmela Ortiz é levada para depoimento na 1ª Vara do Tribunal de Júri (Foto: Kísie Ainoã)
Pâmela Ortiz é levada para depoimento na 1ª Vara do Tribunal de Júri (Foto: Kísie Ainoã)

Pâmela Ortiz de Carvalho, suspeita de matar a idosa Dirce Santoro Guimarães, no dia 23 de fevereiro, em Campo Grande, mudou de versão pela terceira vez e ainda revelou que aguarda o resultado de exame de gravidez.

Durante depoimento em audiência para a juíza substituta Denise de Barros Dobero Rodrigues, da 1ª Vara do Tribunal de Júri, Pâmela alegou que não foi escutada em nenhum momento durante todo o procedimento, desde o primeiro dia de prisão até a audiência de custódia.

Pâmela afirmou que a delegada Cristiane Grossi, responsável pelas investigações, não deixou explicar a situação em nenhum momento e deduziu os fatos. Também teria dito ainda que não importava o depoimento da suspeita, mas “o que estava no papel”. Falou ainda que contou a mesma versão de hoje, mas que a delegada e os policiais envolvidos no caso não a escutaram.

A mulher ainda disse que o médico responsável pelo exame no IML (Instituto Médico Legal) nem olhou para ela e reclama que houve luta corporal durante o crime. “Estava com as mãos machucadas”, disse. Também afirmou que a única pessoa que se dirigiu a ela foi o defensor público, perguntando seu nome, se tinha filho, se trabalhava, e avisando que ficaria presa aguardando as audiências. No mesmo dia também teria assinado termo de confissão do crime sem saber.

Durante o depoimento, Pâmela contou que conheceu a vítima, Dirce Santoro Guimarães, no posto de saúde, quando estava levando o filho para consulta. Durante uma conversa, descobriram que Pâmela morou perto da casa de Dirce e que a avó residia próximo ao local. No fim da consulta, Dirce pediu carona para voltar para casa.

A mulher afirmou que nunca havia levado outra idosa em lugar algum e negou a existência do “táxi da vovó”. “Nada disso existe”. Também contou que nunca cobrou por nenhum serviço, mas vizinhos diziam o contrário, enquanto Pâmela afirmava que os únicos serviços de ajuda foram leva-la no mercado quando precisava. Segundo ela, a idosa reclamava que ninguém a ajudava e, sem familiares, solicitava por ajuda. Também relatou que a única vez que pegou dinheiro foi quando Dirce teria oferecido R$ 50 e aceitou. Porém, também em depoimento nesta tarde, a vizinha Fátima Monzon Critaldo contou que Dirce reclamou de Pâmela por ter pedido R$ 50.

Pâmela afirmou que no dia do crime Dirce pediu para leva-la até uma fábrica de lingeries para receber um dinheiro de uma funcionária. Contou que ficaram no carro esperando. Em determinado momento, Dirce teria ficado nervosa por conta do calor e deixou o veículo, e Pâmela permaneceu no local.

Nesta versão, Pâmela afirmou que um motociclista passou pelo veículo, voltou e estacionou em frente ao carro. Sem tirar o capacete, foi direto para o lado da Pâmela, abriu a porta, puxou-a pelo cabeço e tentou aplicar uma chave de braço. Ela diz que sentiu um fio no pescoço e enquanto se debatia foram para a parte de trás do carro, onde estava Dirce, sem reação alguma.

Pâmela teria atingido o motociclista com um soco no abdômen, pegou uma machadinha no porta-malas e tentou atingi-lo. Quando percebeu, acertou Dirce e o motociclista fugiu. Ela disse ainda que o rapaz estava armado com uma faca e acertou as mãos dela. Dirce caiu de costas. Ela contou que pegou a idosa e a colocou embaixo de um pé de goiaba, foi para o pontilhão da Avenida Duque de Caxias e ligou para o policial e namorado dela Augusto César Portilho. “Não sei se matei uma ou duas pessoas, preciso de ajuda”, disse ao telefone. Como há histórico de mentiras e chantagens no relacionamento, Portilho não acreditou no que disse. O mesmo ocorreu com o pai dela.

Em outra tentativa de falar com Pontilho, falou que precisava dele. Ele foi até o local. Quando chegou, a mulher teria tentado dar um abraço nele, mas ele se afastou. Porém, na versão de Portilho, ele não teria nem mesmo descido do carro. A suspeita então pegou o carro, foi até um hotel, fez check-in, entrou no apartamento, tirou a roupa e botou dentro de uma sacola, pôs a machadinha junto, limpou o veículo por fora e foi para casa.

Entretanto, em outro depoimento havia dito que fugiu para uma fazenda e colocado fogo em tudo. Durante o depoimento, também afirmou que enquanto atrás do carro, teria sentido um toque de Dirce, porém não sabe se foi uma tentativa de ajuda-la ou para prejudica-la.

Na prisão, contou que pagou R$ 50 para uma interna para poder usar o celular e ligou para Portilho, mas o namorado desligou a chamada. Pâmela disse que trabalhou em delegacias como estagiária e seus relacionamentos com os colegas eram conturbados devido ao relacionamento com Portilho. Também falou que tem sofrido agressões constantes na prisão. O Ministério Público pediu para verificar com quem ela trabalhava nas delegacias, pediu para a Corregedoria verificar a atuação da delegada e dos agentes envolvidos, e também vai averiguar o motivo do médico do IML não ter a examinado. O advogado de Pâmela afirmou que pedirá exame de insanidade mental.

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