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Capital

Assassino de motorista de aplicativo aproveita erro e foge pela terceira vez

O réu não se apresentou ontem à noite (23) na Casa do Albergado de Campo Grande, onde cumpria pena no regime aberto

Viviane Oliveira | 24/10/2019 09:13
Igor no dia 16 de maio quando foi apresentado pela polícia à imprensa pela morte do motorista de aplicativo  (Foto: Clayton Neves)
Igor no dia 16 de maio quando foi apresentado pela polícia à imprensa pela morte do motorista de aplicativo (Foto: Clayton Neves)

Após protestos e decisão da Justiça para que voltasse ao regime semiaberto, Igor César de Lima, 22 anos, assassino confesso de Rafael Baron, 24 anos, fugiu pela 3ª vez. O réu não se apresentou ontem à noite (23) na Casa do Albergado de Campo Grande, onde cumpria pena no regime aberto desde o dia 18 de outubro. Ele já é considerado foragido no sistema da polícia.

Conforme a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), se o réu se apresentar ainda à Justiça e fazer a justificativa, o juiz pode avaliar e rever a situação de evasão. Igor foi para o regime aberto graças à sequência de erros, desde o fechamento do inquérito. Nem Polícia Civil, nem Ministério Público solicitaram prisão pelo homicídio, que aconteceu no dia 13 de maio, e ele acabou beneficiado após cumprir pena por outro crime.

Apesar de réu confesso no caso do homicídio, na época não houve pedido de mandado de prisão e ele só foi para cadeia depois da morte de Rafael porque era foragido da Justiça, após condenação por crime anterior, de assalto à mão armada.

Essa pena mais branda tem relação com o primeiro crime cometido por Igor, ou seja, o roubo. Ele já tinha cumprido parte da pena neste processo em regime fechado. O problema é que o fato de ele ter assassinado o motorista de aplicativo quando estava foragido por assalto, ou o fato de ter fugido duas vezes durante o cumprimento da primeira pena, não pesaram na hora de avaliar a progressão de regime.

Motorista de aplicativo segura cartaz durante protesto na manhã de ontem, cobrando a prisão de Igor. (Foto: Henrique Kawaminami
Motorista de aplicativo segura cartaz durante protesto na manhã de ontem, cobrando a prisão de Igor. (Foto: Henrique Kawaminami

Ontem mesmo, poucas horas depois de protesto de motoristas de aplicativo, com a presença da viúva de Rafael Baron, o juiz Albino Coimbra, determinou o retorno à prisão de Igor para o regime semiaberto, sem sair para ir trabalhar.

No processo por assassinato, o último andamento é a autorização para que a esposa da vítima, Karinne Baron, atue como assistente de acusação, junto com seu advogado. No inquérito foi relatada, a denúncia feita pelo promotor José Arturo Iunes Bobadilla, no dia 11 de setembro, acatada pelo juiz Carlos Alberto Garcete, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, no dia seguinte, mas em nenhum momento é citada a necessidade de prisão do réu.

Por meio da assessoria de imprensa, Garcete informou que como não foi solicitada a prisão pelo promotor, ele não poderia agir "de ofício", ou seja, determinar algo que o órgão acusador não havia solicitado. Igor é réu por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima

Assassinato - Rafael foi morto com dois tiros, no dia 13 de maio, após buscar Igor e a mulher dele na Upa (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon e deixar os dois no Condomínio Reinaldo Buzanelli II, no Jardim Campo Nobre. Igor César estava foragido do sistema prisional quando matou a vítima por ciúmes da mulher. Ele se apresentou à polícia três dias depois de matar Rafael, confessou o crime, e foi autuado por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. 

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