Ataque não afasta população do Lago do Amor e jacaré vira atração
Pelo contrário, local segue com movimentação grande e animal aguçou curiosidade
Mesmo depois de jacaré atacar uma pessoa no Lago do Amor, em Campo Grande, o fluxo de pessoas no ponto turístico do Bairro Pioneiros segue normal. Além disso, alguns olhares curiosos até aumentaram, diante da chance de encontrar o réptil.
Em 23 de outubro, um homem nadou e foi mordido pelo animal. A vítima chegou a ficar com o ombro direito enfaixado e foi encaminhada à unidade de saúde.
O comerciante Antônio Santo, de 71 anos, que vende água mineral e água de coco no local durante as manhãs e tardes, afirma que não se lembra de ter visto alguém nadar lá anteriormente, em todo o tempo que trabalha na região. No entanto, a presença dos jacarés, segundo ele, já é conhecida de todos.
“O jacaré quase nunca sai pra fora, ele só aparece se você entrar na área dele. Acho que tem uma família toda”, brinca.
Já em relação ao movimento comercial, ele explica que notou pouca ou nenhuma diferença em relação ao período anterior ao ataque. A reportagem visitou o local neste domingo (7) e verificou pouco fluxo pela manhã, mas a movimentação costuma ficar muito maior no fim de tarde, quando várias pessoas vão ao local depois do trabalho, seja para relaxar ou para se exercitar.
A agente de turismo Thamires Valente, de 34 anos, saiu da missa e foi para o local curtir a manhã de domingo e nem se preocupou quanto ao animal.
Há nove anos morando na região e ex-aluna da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), responsável pela manutenção do lago, ela relata que sempre viu dois jacarés por ali, mas que nunca teve receio, por não invadir seu espaço. “Se ele quisesse matar, tinha matado. Acho que ele atacou só para se defender e que foi um caso isolado”.
Mesmo morando no bairro, o técnico instalador Alberto Telles, de 64 anos, dificilmente frequenta as proximidades do Lago do Amor, mas afirma que já tinha visto outras pessoas se banhando, o que é proibido. “Já vi outras pessoas tomando banho, mas acredito que depois desse caso, não vai ter mais”.
Lago do Amor - O lago artificial faz parte de um projeto de urbanização do entorno da UFMS, inaugurado em 1971, quando ainda era UEMT (Universidade Estadual de Mato Grosso), com objetivo de trazer um local de recreação para a população, assim como “amenizar o clima da cidade”.
Quando criado, possuía 5 mil metros quadrados e 3,5 metros de profundidade, sendo um dos maiores do Brasil. No entanto, ele tem passado por um processo de assoreamento nas últimas décadas e já perdeu cerca de 20% de sua área inicial.
É proibido nadar no lago, de acordo com a UFMS, e a área interna, de propriedade da instituição, dispõe de avisos sobre os perigos dos animais, ainda que a responsabilidade de sinalização em via pública seja da Prefeitura de Campo Grande.
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