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Capital

Ataque não afasta população do Lago do Amor e jacaré vira atração

Pelo contrário, local segue com movimentação grande e animal aguçou curiosidade

Guilherme Correia e Mirian Machado | 07/11/2021 10:39
Moradores observam o Lago do Amor, no Bairro Universitário, local que foi palco de um ataque de jacaré. (Foto: Marcos Maluf)
Moradores observam o Lago do Amor, no Bairro Universitário, local que foi palco de um ataque de jacaré. (Foto: Marcos Maluf)

Mesmo depois de jacaré atacar uma pessoa no Lago do Amor, em Campo Grande, o fluxo de pessoas no ponto turístico do Bairro Pioneiros segue normal. Além disso, alguns olhares curiosos até aumentaram, diante da chance de encontrar o réptil.

Em 23 de outubro, um homem nadou e foi mordido pelo animal. A vítima chegou a ficar com o ombro direito enfaixado e foi encaminhada à unidade de saúde.

O comerciante Antônio Santo, de 71 anos, que vende água mineral e água de coco no local durante as manhãs e tardes, afirma que não se lembra de ter visto alguém nadar lá anteriormente, em todo o tempo que trabalha na região. No entanto, a presença dos jacarés, segundo ele, já é conhecida de todos.

“O jacaré quase nunca sai pra fora, ele só aparece se você entrar na área dele. Acho que tem uma família toda”, brinca.

Já em relação ao movimento comercial, ele explica que notou pouca ou nenhuma diferença em relação ao período anterior ao ataque. A reportagem visitou o local neste domingo (7) e verificou pouco fluxo pela manhã, mas a movimentação costuma ficar muito maior no fim de tarde, quando várias pessoas vão ao local depois do trabalho, seja para relaxar ou para se exercitar.

Moradores observam a beira do lago - peixes, aves e outros animais costumam aparecer com frequência. (Foto: Marcos Maluf)
Moradores observam a beira do lago - peixes, aves e outros animais costumam aparecer com frequência. (Foto: Marcos Maluf)

A agente de turismo Thamires Valente, de 34 anos, saiu da missa e foi para o local curtir a manhã de domingo e nem se preocupou quanto ao animal.

Há nove anos morando na região e ex-aluna da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), responsável pela manutenção do lago, ela relata que sempre viu dois jacarés por ali, mas que nunca teve receio, por não invadir seu espaço. “Se ele quisesse matar, tinha matado. Acho que ele atacou só para se defender e que foi um caso isolado”.

Mesmo morando no bairro, o técnico instalador Alberto Telles, de 64 anos, dificilmente frequenta as proximidades do Lago do Amor, mas afirma que já tinha visto outras pessoas se banhando, o que é proibido. “Já vi outras pessoas tomando banho, mas acredito que depois desse caso, não vai ter mais”.

Lago do Amor faz parte da UFMS, em Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Lago do Amor faz parte da UFMS, em Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

Lago do Amor - O lago artificial faz parte de um projeto de urbanização do entorno da UFMS, inaugurado em 1971, quando ainda era UEMT (Universidade Estadual de Mato Grosso), com objetivo de trazer um local de recreação para a população, assim como “amenizar o clima da cidade”.

Mirante do Lago do Amor, onde população poderia se aproximar da água, está desativado há muito tempo antes do caso. (Foto: Marcos Maluf)
Mirante do Lago do Amor, onde população poderia se aproximar da água, está desativado há muito tempo antes do caso. (Foto: Marcos Maluf)

Quando criado, possuía 5 mil metros quadrados e 3,5 metros de profundidade, sendo um dos maiores do Brasil. No entanto, ele tem passado por um processo de assoreamento nas últimas décadas e já perdeu cerca de 20% de sua área inicial.

É proibido nadar no lago, de acordo com a UFMS, e a área interna, de propriedade da instituição, dispõe de avisos sobre os perigos dos animais, ainda que a responsabilidade de sinalização em via pública seja da Prefeitura de Campo Grande.

Confira a galeria de imagens:

  • Lago do Amor tem sofrido processo de assoreamento, nas últimas décadas (Foto: Marcos Maluf)
  • Ave vista no Lago do Amor (Foto: Marcos Maluf)
  • Moradores passeando com animais de estimação, no Lago do Amor (Foto: Marcos Maluf)
  • Outra ave sendo vista em galho no Lago do Amor (Foto: Marcos Maluf)
  • Vendedor de coco, Anderson relata que nunca tinha visto alguém nadar no Lago do Amor (Foto: Marcos Maluf)
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