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Capital

Aterro de entulhos fechado faz custo da locação de caçambas até dobrar

Interdição do aterro de entulhos no Jardim Noroeste foi determinada no dia 15 de dezembro de 2016

Christiane Reis e Alberto Dias | 03/01/2017 16:54
Caçambas estão espalhadas pelas ruas de Campo Grande. (Foto: Alcides Neto)
Caçambas estão espalhadas pelas ruas de Campo Grande. (Foto: Alcides Neto)

O fechamento do aterro de entulhos no Jardim Noroeste, no dia 15 de dezembro, provocou aumento no valor cobrado pela locação das caçambas em Campo Grande. A informação é dos empresários, segundo eles quem ainda tem caçamba livre aumentou o preço e tem empresa que cobra até R$ 200 peça locação do compartimento de 4 metros cúbicos.

Ao consultar sete empresas do setor, a reportagem constatou que atualmente o valor mínimo da locação é de R$ 150, antes da interdição do aterro era possível encontrar o mesmo serviço por R$ 100.

“Temos quase 80 caçambas, a maioria parada nas ruas. Para as que restam não teve jeito, tivemos de aumentar o preço”, disse a empresária Inês Mosko. O valor cobrado antes do fechamento do aterro no Jardim Noroeste, na empresa dela, variava entre R$ 110 e R$ 130 dependendo do tamanho e da distância, mas agora o preço está entre R$ 170 e R$ 200.

Em outra empresa, a locação custava R$ 120 e agora está em R$ 150. “É um grande problema, porque nós estamos praticamente parados, com as caçambas na rua, e a população ainda joga lixo doméstico dentro delas, o que torna a situação bem pior”, disse um empresário que preferiu não se identificar.

Já a empresária Fernanda de Oliveira, em cuja empresa também está sendo praticado o valor de R$ 150, acrescentou que a tendência é que os empresários parem com o serviço. “Temos 40 caçambas, a princípio estamos com todas paradas nas ruas. Situação bem difícil”, disse. Ela mencionou que em novembro de 2016 a locação era em torno de R$ 100, aumentou para R$ 120 no início de dezembro e finalizou o ano com cobrança de R$ 150.

Na empresa de Adilson Luiz Panizi são 70 caçambas. “Todas estão nas ruas”, afirmou. Ali também a locação dos compartimentos custava R$ 100 e agora, quando as atividades retornarem passarão a custar R$ 150. Já a empresária Franciele Assunção disse que o valor pode chegar a R$ 180 para caçambas de 4m3, dependendo da distância. “Antes da interdição era mais em conta, média de R$ 120”, acrescentou. Em outra empresa consultada pela reportagem, cujo responsável preferiu não ser identificado, o valor atual é de R$ 180, antes do fechamento do aterro custava R$ 120.

Lixo doméstico também é jogado nos depósitos provisórios. (Foto: Christiane Reis)
Lixo doméstico também é jogado nos depósitos provisórios. (Foto: Christiane Reis)

Outro empresário, Bruno de Brito, disse que ele nem conseguiu aumentar, pois está com todas as caçambas paradas. “Tem cliente esperando para ser atendido, e não estamos conseguindo. nós estamos parados e não há o que fazer. Precisamos descarregar as caçambas para poder pegar mais trabalho”, disse.

Nesta segunda-feira (2), o Campo Grande News constatou a dificuldade da população em encontrar caçambas disponíveis. O pedreiro Heitor Romero, 30, disse que foi difícil locar o compartimento para recolher o entulho da obra. Em frente ao local, um condomínio também enfrenta a mesma dificuldade e os materiais se acumulam na calçada.

Em coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira (3), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse que já procurou o MPE (Ministério Público Estadual) para uma audiência. Questionado pelo Campo Grande News sobre o assunto, ele disse que espera definir tanto a questão do aterro, quanto das caçambas que estão entulhadas. Ele reiterou ter conhecimento da urgência e aguarda a audiência para buscar a solução, “lembrando que assumi ontem (2)”, disse.

O caso - A interdição do aterro de entulhos no Jardim Noroeste foi determinada no dia 15 de dezembro. Apesar de funcionar por anos sem licença ambiental, o local era o único destino “regular” para as mais de 1,4 mil toneladas de resíduos da construção civil produzidas diariamente na cidade.

Vistoria feita em julho pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) constatou que no aterro há triagem superficial dos resíduos, permitindo ingresso de materiais recicláveis e lixo orgânico.

Autor da decisão, o juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, disse na semana passada à reportagem que o aterro precisa passar por uma série de adequações, como fechamento no entorno e proibição da entrada de lixo hospitalar.

A cidade já teve quatro pontos para aterro de entulho, que foram fechados. Em maio do ano passado, uma área na saída para Sidrolândia chegou a ser avaliada pela prefeitura para receber os resíduos, mas não houve transferência do aterro.

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