Campo Grande tem só cinco equipes de 'fumacê' contra Aedes aegypti
Mesmo com o avanço na epidemia de dengue em Campo Grande, o serviço de fumacê – aplicação de inseticida para matar o mosquito Aedes aegypti, transmissor desta e outras doenças – seguirá restrito às regiões onde o índice de infestação é maior. Atualmente, apenas cinco equipes fazem o serviço, com a previsão de, a partir de janeiro, estendê-lo para mais um horário, no início da manhã, e a expectativa de dobrar a frota usada.
De acordo com o chefe de serviço do Controle de Vetores e Endemias da Capital, Wagner Ricardo dos Santos, atualmente a aplicação do inseticida é feita de forma simultânea, sempre a partir das 16h30, somente nos cinco bairros que apresentam os maiores índices de notificações. Atualmente, estas regiões são Jardim Noroeste, Nova Lima, Lageado, Moreninhas e Nova Campo Grande.
Apesar de garantir que o número de veículos usados para o fumacê seja suficiente, o chefe do setor conta haver previsão de ter mais cinco carros aplicando o inseticida na cidade. Santos conta que o governo do Estado está providenciando mais bombas para equipar a frota da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
"A programação segue normas do Ministério da Saúde. Não adianta intensificar o fumacê em áreas com baixa incidência ou por muito tempo porque o inseticida acaba não surtindo mais efeito", explica o chefe do serviço de Controle de Vetores e Endemias.
Confirmado, por enquanto, é que em janeiro o fumacê também passe às 4h30. Os horários, segundo Santos, também são recomendação do Ministério da Saúde, já que nesses períodos a umidade relativa do ar está mais alta, potencializando o efeito do inseticida. Com calor forte, a evaporação reduz a eficácia do veneno.
Outro ponto explicado por Santos é que o Aedes aegypti costuma se proteger do calor, por isso seus ataques acontecem nas primeiras horas do dia ou ao entardecer, quando o ar está mais fresco. "O inseticida tem um componente que obriga o mosquito a sair de suas tocas, mas procuramos respeitar seus hábitos para aplicar o fumacê", diz.
Eficácia- Para que o fumacê seja eficaz, é preciso que a população mantenha portas e janelas abertas quando ouvir o veículo chegando no bairro. É importante cobrir alimentos e proteger os animais. "O mosquito se esconde dentro de casa, não fica em árvores, por isso é preciso facilitar a entrada do inseticida", explica Wagner dos Santos.
Em Campo Grande, os veículos têm feito em média sete ciclos de borrifação, alcançando cerca de 100 quarteirões por bairro. A cada ciclo, o serviço é suspenso entre cinco e sete dias para que um novo levantamento de notificações seja feito.
O número de habitantes do bairro também influencia na classificação da incidência. No Jardim Noroeste, por exemplo, nas últimas semanas foram registradas 72 notificações, porém como não é uma região muito populosa, a incidência é considerada alta.
O fumacê é considerado recurso importante no combate ao mosquito Aedes aegypti. Porém, conforme o chefe de serviço do Controle de Vetores e Endemias, a atuação dos agentes de saúde, que percorrem os domicílios, é o que realmente garante a eliminação do foco.
"A vantagem dos veículos é que o trabalho é mais rápido, mas só os agentes é que garantem a retirada de utensílios de dentro das casas que podem acumular água e se tornar um foco em potencial", afirma Wagner.