Candidata que desmaiou em TAF conta que ficou 5 horas no sol
Gabriela estava correndo a prova no Centro Olímpico da Vila Nasser em Campo Grande quando parou e caiu no chão
A bacharel em Direito, Gabriela Fornazari, de 28 anos, foi a candidata que desmaiou no TAF (Teste de Aptidão Física) na última quarta-feira (2). Ela estava correndo a prova no Centro Olímpico da Vila Nasser em Campo Grande quando parou e caiu no chão. Ela conta que ficou cerca de cinco horas aguardando para correr.
A vontade em fazer parte da cooporação da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul começou há quase um ano. Gabriela estava na quarta fase e já tinha passado pela prova escrita, física e exames de saúde. Era a vez da prova de aptidão física. Se passasse, ela iria para a etapa de análise de histórico.
A campo-grandense acordou no dia da prova por volta das 4h e foi para o Centro Olímpico da Vila Nasser. Ela conta que uma amiga realizou a prova na segunda-feira (31) para fazer parte do Corpo de Bombeiros no mesmo local. "Minha amiga tinha comentado que chegou 5h30 e foi na primeira bateria. Então, eu pensei assim em ir mais cedo".
Chegando ao local, Gabriela se deparou com uma fila com cerca de 400 pessoas para a prova feminina. Ela ressaltou que no dia somente mulheres estavam fazendo o TAF. O portão abriu às 6h e as candidatas foram divididas com base na ordem de chegada para as baterias.
"Colocaram a gente em uma fila porque temos de tirar foto para identificação. Também tinha que gravar um vídeo para dizer qual cargo estávamos pleiteando", ressalta Gabriela.
Gabriela ficou na fila por cinco horas. Ela chegou às 5h30 e foi se preparar para a bateria por volta das 10h30. A bacharel em Direito explicou ainda que em dados momentos uma aplicadora da prova não liberava as candidatas para irem ao banheiro. "Aí ela começou ela falou assim não porque vocês são em prova. Porque vocês querem ser polícia a gente começou a reclamar demais".
Durante o período, ela disse que teve de ficar de pé. Gabriela também afirmou que o centro olímpico contava com estrutura de bebedouro, mas não de comida. No final das contas, ela havia apenas bebido água e comido uma barra de proteína.
"O dia é nervoso de estresse e fiquei sem comer quase, eu tinha comido meia barra de proteína e tomado pouquíssima água. A gente fica com medo de pesar na hora da corrida", relata.
Depois de muita espera, ela foi para a corrida. O percurso era dar cinco voltas na pista de atletismo no tempo de até 12 minutos. Gabriela correu por quatro voltas e faltando cerca de um minuto para o final, o corpo não aguentou mais.
"Tinha um moço que se dirigia ao centro de campo quando faltava um minuto. Eu tentei olhar o tempo e já estava com a vista turva", contextualiza. Gabriela disse que tentou dar um 'gás' a mais e não aguentou.
Antes do desmaio, a bacharel afirmou que ouviu pessoas na arquibancadas a apoiando para finalizar a prova e gritando por socorro depois. Após 11 minutos, Gabriela desabou. Ela acredita que ficou cerca de 10 minutos desacordada e despertou novamente na ambulância de apoio.
Gabriela disse que não pretende fazer mais processos seletivos que tenham prova física. Mesmo com a alta temperatura e baixa umidade do dia, a bacharel alega que isso não a atrapalhou. Ficou a frustração. Ao longo de cinco meses, ela treinou cerca de três vezes na semana.
A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a Idecan (Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistência Nacional), responsável por aplicar a prova.
Em nota, o Instituto informou que "Arthur Matheus Martins Rosa, de 25 anos, candidato do concurso da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, faleceu após passar mal durante um teste de aptidão física (TAF) em Campo Grande. Ele foi imediatamente atendido por uma equipe médica no local, que diagnosticou desidratação profunda. Após ser transferido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, posteriormente, para o Hospital Adventista do Pênfigo, ele recebeu tratamento intensivo e entubação. O Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan), responsável pelo concurso, está apoiando a família do candidato. Os laudos médicos de Arthur indicavam sua aptidão para o teste, que faz parte do processo de seleção de policiais e bombeiros em todo o país. O Idecan forneceu um cronograma de preparação para os candidatos, e o teste requer correr 2.400 metros em 12 minutos. A banca lamenta o ocorrido, oferece suporte à família e providencia o traslado do corpo para a cidade natal de Arthur, Goiânia-GO".
Além disso, que "para participar do TAF, todo candidato é obrigado a apresentar atestado médico e exames assinados por profissionais de saúde de sua confiança".
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