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Capital

Capital pode sofrer com situação semelhante à de Manaus, prevê USP

Projeção é de 9,3 mil novos casos dentro de uma semana. Se 10% desse grupo for internado, serão 930 pessoas precisando de hospital

Lucia Morel | 18/01/2021 17:42
Capital está em risco eminente de colapso, segundo projeção matemática. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Capital está em risco eminente de colapso, segundo projeção matemática. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Entre esta e a próxima semana, Campo Grande deve apresentar aumento exponencial na ocupação de leitos de UTI (Unida de Terapia Intensiva) segundo estimativa de grupo da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto.

O caos pode se instalar e há risco de situação semelhante à da capital do Amazonas, Manaus, onde a lotação é tamanha, que pacientes internados precisaram ser transferidos a outros estados.

Projeção é de 9,3 mil novos casos dentro de uma semana. Se 10% desse grupo for internado, serão 930 pessoas necessitando de oxigênio e leitos. Estimativa é que Campo Grande saia dos atuais 66.686 casos e alcance 76.002 em 25 de janeiro.

Pesquisadora da USP e doutoranda em Ciências da Computação, Mariane Neiva é responsável pelos dados e análises relativos à Mato Grosso do Sul no site que a Faculdade mantém neste link. Segundo ela, “se 10% dos casos forem hospitalizados já são cerca de 900 pessoas necessitando de auxilio hospitalar”, alerta.

Ela enfatiza ainda que apesar da vacina ser a segurança contra a disseminação da covid, o anúncio do começo da vacinação pode “pode ser um risco para que a população considere a pandemia como encerrada, mas estamos longe disso”, ressalta.

Para o professor da USP, Domingos Alves, que também tabula os dados, “a exacerbação deve ser essa semana já, que entramos agora”, enfatizando que Mato Grosso do Sul, devido a Capital, é um dos estados em risco de que ocorra “algo similar ao que aconteceu recentemente no Amazonas”.  Ele diz isso porque a o sistema de saúde de MS é pequeno.

“Com isso, a intensidade da epidemia vai levar à saturação rápida do sistema de saúde”. O professor lembra que além de MS, outros 11 estados estão na mesma situação de risco. “A tendência é que o que aconteceu no Amazonas comece a se repetir nos outros estados”, sustenta.

A análise ocorre no mesmo dia em que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) anunciou a cedência de 10 leitos de UTI para receber pacientes do Amazonas. Alguns serão no Hospital Regional e outros em demais unidades, sem definição, ainda, da quantidade em cada um.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Domingos ressaltou que “na semana que vem, vários municípios vão observar a saturação no sistema de saúde em São Paulo, Rio, Mato Grosso do Sul e no Sul. Até o fim de janeiro, os números serão indecentes”, disse.

Estrutura - Mariane é menos extremista e pondera que “temos que levar em condição também que o Amazonas já é uma região mais precária na saúde mesmo antes da pandemia”, o que traz alguma esperança a MS e a Campo Grande. “Infelizmente, o número de leitos de UTI e outras questões de infraestrutura do SUS e até mesmo de transporte, complicam a região de Manaus”, destacou.

Com relação a possível falta de oxigênio, ela lembra que ainda hoje a Prefeitura de Campo Grande liberou a compra do gás, para prevenir possível falta. “A ocupação e a quantidade de cilindro de oxigênio tem que ser monitorado a todo momento. A gente espera que essa nova compra supra os hospitalizados”.

Atualmente, são 786 leitos de UTI instalados em Mato Grosso do Sul, com ocupação geral de 75,06%. Somente para casos de covid-19, são 391, cuja ocupação esta tarde é de 73,66%. No entanto, de 100 estabelicentos com leitos, 36 estão com dados desatualizados.

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