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Capital

Casal acusado de degolar jovem em praça se contradiz durante julgamento

Rafael Ribeiro e Richelieu de Carlo | 17/02/2017 13:10
Casal teve versões conflitantes sobre o crime perante o júri, que acontece nesta sexta-feira (Foto: Marcos Ermínio)
Casal teve versões conflitantes sobre o crime perante o júri, que acontece nesta sexta-feira (Foto: Marcos Ermínio)

O casal Kielvnn de Morais, 25 anos, e Iris Adriana Barbosa da Silva, 23, voltaram a dar versões diferentes e conflituosas entre si ao júri que os julga pelo assassinato da jovem Thais Giedry Borges dos Santos, 22, degolada na Praça do Rádio Clube, na região central de Campo Grande, em 31 de janeiro de 2016.

No julgamento de ambos que acontece na manhã desta sexta-feira (11), no Fórum da Capital, ambos têm estratégias diferentes, que são conflituosas. Morais diz que queria apenas “dar um susto” na vítima após descobrir que a ex-mulher o traía com ela. Mas, que na hora do ocorrido, Thais se debateu ao ser agarrada e acabou degolada.

Sua defesa, feita por Rodrigo Stochiero, tenta ao menos lhe inocentar das qualificadoras da acusação por homicídio, de que o crime foi planejado, premeditado e a vítima não teve chance de defesa.


Em seu depoimento, acompanhada pelo advogado Igor Cesar Manzano, Iris concordou com o ex-marido apenas na motivação do homicídio, provocado por seu caso com a vítima fatal. No entanto, garante que foi coagida a participar do crime, agredida por Morais e que até a filha foi ameaçada e usada para que ele cumprisse o objetivo de atrair e matar Thais.


Resposta – Em sua explanação, o promotor Douglas Cavaleiro dos Santos chamou as versões dadas pelo casal de “ficção”.

Entre as provas apresentadas, o promotor mostrou que a vítima recebeu no dia de seu assassinato 19 ligações dos acusados, algumas de números desconhecidos, para atraí-la à praça com a mentira de que a filha deles estava passando mal.

“Foi um ato de ódio, com o amor usado como isca”, disse Santos, reiterando que Thais era apaixonada por crianças. Segundo ele, a vítima foi pega de surpresa por Morais, que saiu atrás de uma moita e aproveitou o momento em que ela se abaixou para pegar a menina, sentada em um banco.

Kielvnn de Morais fala ao juiz sobre o crime, perante os jurados, durante esta manhã (Foto: Richelieu de Carlo)
Kielvnn de Morais fala ao juiz sobre o crime, perante os jurados, durante esta manhã (Foto: Richelieu de Carlo)

Histórico – Em seu depoimento, Iris disse que mantinha uma relação extra-conjugal e homossexual com Thais desde 2012. “Aproveitava quando ele saía para trabalhar e ia para Campo Grande me encontrar com ela, de carona”, disse.

Morais disse que decidiu “dar um susto” após se sentir ofendido com supostas provocações da vítima. “Ela me ligava e debochava, me chamando de corno, essas coisas”, disse.

A contradição entre os acusados começa justamente no dia dos fatos, após o casal sair da casa onde moravam em Ribas do Rio Pardo (a 103 km de Campo Grande). Morais alegou que a ex-mulher o ajudou. Iris relatou que a intenção da viagem foi revelada somente no meio do caminho, quando ele passou a lhe agredir após parar em um lugar sem movimentação na estrada, a obrigando a ligar para a amante.

Júri – O julgamento teve início por volta das 8h30 e, até a conclusão desta reportagem, estava paralisado para o recesso do almoço. O veredicto deve ser dado até o fim desta tarde.

A mãe da acusada é um dos poucos familiares dois réus a acompanharem a movimentação. Iris chora muito durante o trabalho, principalmente quando a filha, atualmente com 1 ano e sete meses, é citada.

Morais, por sua vez, fica a maior parte do tempo de cabeça abaixada. Com o semblante fechado, foi sóbrio e direto na maior parte de seu depoimento ao juiz.

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