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Capital

Centro de Belas Artes virou até ponto de pedágio de usuário de drogas

Edivaldo Bitencourt e Kleber Clajus | 10/07/2014 17:00
Representantes da região, moradores e vereador debatem obra que não consegue ser concluída (Foto: Marcos Ermínio)
Representantes da região, moradores e vereador debatem obra que não consegue ser concluída (Foto: Marcos Ermínio)

A obra do Centro de Belas Artes, que voltou a parar em abril deste ano, abriga usuários de drogas e marginais. Segundo denúncia de moradores, marginais chegaram a utilizar a passarela próxima até para cobrar pedágio dos pedestres. A “maldição” sobre a prédio, que começou a ser construído em 1991 e não é concluído nunca, é tema de audiência pública realizada na tarde de hoje na Câmara Municipal de Campo Grande.

O prédio, que seria a nova Estação Rodoviária da Capital, causa impacto e afeta a valorização dos imóveis de sete bairros: Cabreúva, Planalto, Corumbá, Humberto Canalle, São Francisco, Boa Vista e Monte Verde.

“A região sofre muito com a desvalorização”, comentou o presidente da Associação dos Moradores dos bairros Monte Verde e Boa Vista, João Fernandes. Ele cobrou a instalação de, pelo menos, a iluminação pública no entorno. “Temos que revitalizar para que a obra saia do papel”, argumentou.

“Se ficar velho de novo, o ‘dinheirão’ vai todo para o ralo de novo”, criticou. A obra recebeu cerca de R$ 10 milhões do Governo estadual para ser a nova rodoviária, mas o prédio não foi concluído.

Desde 2009, a Prefeitura investiu cerca de R$ 7 milhões para transformá-la em Centro de Belas Artes. No entanto, R$ 5 milhões repassados pelo Ministério do Turismo foram retidos até a decisão sobre como concluir a obra. O município cogitou até mudar o destino da obra e transformá-la em um centro de treinamento ou escola técnica. Mas o prefeito Gilmar Olarte (PP) já garantiu que vai concluir o centro da cultura.

Eduardo Romero está preocupado com demora em concluir prédio (Foto: Marcos Ermínio)
Eduardo Romero está preocupado com demora em concluir prédio (Foto: Marcos Ermínio)
Semy Ferraz prevê que caso pode parar na Justiça  (Foto: Marcos Ermínio)
Semy Ferraz prevê que caso pode parar na Justiça (Foto: Marcos Ermínio)

Segurança – O vereador Eduardo Romero (PTdoB), que propôs a audiência pública, disse que o objetivo é encontrar uma solução para a obra e concluí-la rapidamente. Ele considerou um absurdo moradores da região serem alvos de bandidos que cobravam pedágio na passarela.

Romero destacou também que o local já foi palco de assaltos e estupros. Usuários costumam usar a obra como local para consumir drogas.

O presidente da Associação dos Amigos da Orla Morena, Ricardo Sanches, disse que a Polícia deu maior atenção ao bairro e conseguiu acabar com a cobrança de pedágio. Ele tem esperança de que a conclusão do Centro de Belas Artes volte a valorizar os imóveis da região.

O presidente do Fórum da Cultura, Victor Samúdio, disse que além da conclusão da obra, o mais importante é saber de onde vai sair os R$ 25 milhões. Ele teme que o montante seja do dinheiro destinado à cultura, que passará a ter 1% da receita corrente líquida do município.

Samudio está preocupado com a utilização de recursos da cultura em obra do Centro de Belas Artes (Foto: Marcos Ermínio)
Samudio está preocupado com a utilização de recursos da cultura em obra do Centro de Belas Artes (Foto: Marcos Ermínio)

Outra preocupação é sobre como será a gestão e qual o custo da manutenção do Centro de Belas Artes.

O secretário municipal de Infraestrutura, Semy Ferraz, sinalizou que a obra deve parar na Justiça. A empresa Mark Construções e Engenharia só deve receber os repasses atrasados se entrar na Justiça. O empresário Gilson Molina de Oliveira estima que o crédito seja de R$ 2 milhões. A Prefeitura nega e diz que só deve R$ 200 mil.

A conclusão da obra depende do lançamento de novo edital e de R$ 25 milhões. No entanto, não está definido de onde será retirado o dinheiro.

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