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Capital

Clientes de advocacia em MS já perderam R$ 30 mil em golpe aplicado do Ceará

Investigação própria do escritório identificou que golpistas moram no Nordeste

Lucia Morel | 15/09/2022 16:35
Uma das clientes pagou R$ 1 mil aos golpistas para liberar precatório. (Foto: Reprodução)
Uma das clientes pagou R$ 1 mil aos golpistas para liberar precatório. (Foto: Reprodução)

Clientes do escritório de advocacia Lacerda, em Campo Grande, já perderam pelo menos R$ 30 mil em golpes aplicados por bandidos do estado do Ceará. Proprietária da empresa, Renata Lacerda, conversou com o Campo Grande News e informou que em investigação própria descobriu a origem dos golpistas e que os dados coletados já estão na mão da Polícia Civil.

“Queremos reforçar que o escritório não cobra nenhum valor, sendo este por PIX ou boleto, para liberação de precatório”, reforçou, informando ainda que maioria de seus clientes são idosos e por isso, pessoas mais vulneráveis a esses tipos de golpe. Segundo a advogada, os bandidos manipulavam documentos oficiais, alterando valores e cobrando para liberação do dinheiro.

Lacerda registrou boletim de ocorrência no dia 1º de setembro e lembra que não é a primeira vez que seu nome é usado dessa forma. “Três anos atrás isso já tinha acontecido. Na época, solicitei ao Tribunal de Justiça o sigilo dos meus processos, principalmente porque se tratam de idosos. Minha preocupação é essa”.

De acordo com o boletim de ocorrência, os bandidos pegaram os dados dos clientes através do processos judiciais e, pelo Whatsapp, mandaram o número da chave PIX para que as vítimas fizessem depósito para liberação de precatórios, já sentenciados. “Eles entram no processo, pegam o logo do Tribunal de Justiça, o nome do cliente, o número do processo e modificam os dados de valores”, informou.

Ela teme que os clientes acreditem que o golpe é aplicado pelo escritório e por isso quer divulgar o caso, impedir confusões e alertar. “Eles pediam R$ 3 mil, R$ 5 mil para que a Justiça liberasse o precatório, mas isso não existe, o judiciário não recebe nada e a gente não pede nada também”.

Pelos documentos encaminhados pelo escritório ao Campo Grande News, é possível verificar que o primeiro contato é feito via mensagem de WhatsApp e então, é pedido que o cliente ligue para o telefone de um dos advogados. Na ligação, é solicitado o valor adicional e então, o cliente, acaba pagando. “Meus clientes perderam cerca de R$ 30 mil já, conforme chegou até nós”, relatou Renata.

Ela reforça que pela investigação feita por conta própria, os golpistas do Ceará já têm passagens pela polícia, a maioria por estelionato.

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