Com 32% de exames positivos, testagem de covid no Centro lota na manhã de hoje
Recomenda-se procurar teste em unidades de saúde de bairros antes de ir ao Centro e apenas se tiver sintomas
A demanda de testes em Campo Grande de pacientes com sintomas ou suspeitas de gripe ou covid-19 tem sido grande nos últimos dias. Na terça-feira, foram 543 exames feitos no centro de testagem no Centro, dos quais 174 deram positivo, cerca de 32%. Na manhã de hoje, o movimento pode ser até maior.
Por volta das 7h, centenas de pessoas estavam na unidade em prédio da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), na Rua Barão do Rio Branco, que realiza teste de antígeno, de boa taxa de acerto e que ficam prontos em cerca de 20 minutos.
A recomendação, no entanto, é de que os indivíduos busquem também a testagem oferecida nas unidades de saúde, que realizam exame de RT-PCR.
Cerca de uma hora depois, a senha de atendimento era a de número 20 e havia pelo menos 168 na fila. Além disso, a reportagem verificou que cerca de 30 pessoas sequer tinham entrado no agendamento no local.
A enfermeira Lina Ribeiro ressalta que na terça-feira (4), houve recorde de testagens, com 860 senhas distribuídas e 543 exames realizados. Antes disso, houve um boom de exames antes do Natal, com aproximadamente 300 testes em média.
Ontem, 543 pessoas fizeram o teste. Muitos acabam desistindo, saem e voltam depois. Desses, 174 testaram positivo. Realmente aumentou, porque o pessoal se juntou no final do ano, nas festas”, explica Ribeiro.
Ela ressalta que a prioridade é para pessoas com sintomas da doença entre um a sete dias e que os casos com menor suspeita podem ficar isolados por 10 dias. “Se você não tem sintomas, não venha testar, se isole por 10 dias se tiver contato com alguém.”
“Não só aqui, mas todos os postos de saúde fazem o teste, sendo que o posto de saúde dos bairros fazem teste e muitas pessoas, que moram longe, acabam vindo aqui”.
Morador de São Paulo, mas veio à Capital para as festas de fim de ano, Elvis Vieira de Andrade, de 42 anos, chegou por volta das 6h e teve de aguardar quase duas horas. “Vim fazer o teste porque um primo e a minha esposa testaram positivo, passaram mal, com dor de garganta e vieram ontem e testaram positivo”
O pastor Nelson Hamilton de Albuquerque, de 57 anos, relata que, na véspera de Natal, se reuniu com famílias e ao menos oito pessoas tiveram sintomas gripais. “Os mais graves resolveram fazer o teste, não vieram hoje, mas vão fazer o teste. Tive febre, calafrio, coriza e perda de paladar. O médico descartou, mas por causa do surto, resolvi vir.”
Nelson diz que chegou às 5h20 e tinha 13 pessoas na frente. Ele conseguiu realizar o exame por volta das 7h20.
A consultora de vendas Micaela Silva Santos, de 22 anos, comenta que próximo do Natal, começou a se sentir mal . “Tive gripe, dor no corpo, falta de ar e meu marido também ficou mal. Dei uma melhoradinha e continuo rouca. Voltei a trabalhar e a empresa mandou fazer o teste. O dono da empresa morreu de covid e estão com receio. Qualquer dor no corpo, mandam fazer o teste.”
A estudante Isabela Barreto, de 21 anos, sentiu dor de garganta e coriza desde o domingo (2), após os dias de fim de ano. “Meu irmão, de nove anos, teve tosse, mas não fez teste ainda”, diz.
Os dados epidemiológicos tiveram uma série de inconsistências após o ataque hacker ao sistema do Ministério da Saúde e, por isso, podem apresentar um cenário distinto da realidade. Contudo, a última média verificada era de 114,1 casos de covid-19 por dia - média inferior ao verificado nos piores momentos da pandemia.
Além disso, ao menos 91 casos de influenza foram registrados desde dezembro de 2021 e cinco mortes. Tais índices preocupam, já que a gripe é mais característica durante o inverno, mas o patamar é menor ao de outros anos.
Conforme verificado pelo Campo Grande News, a média de testes - de todos os tipos e das redes públicas e particulares da cidade - dobrou nos últimos dias. Em geral, a população tem buscado o diagnóstico após o período festivo de fim de ano.
Simultaneamente, tem sido verificado aumento na demanda hospitalar de pessoas com sintomas gripais, como tosse, dor de cabeça ou coriza, que são semelhantes aos sinais leves da covid-19.