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Capital

Com 60 na fila de cirurgia, Santa Casa diz que caso de diarista não é prioridade

Instituição diz que casos de menor complexidade aguardam "momento oportuno" para cirurgia

Por Jéssica Fernandes | 23/12/2024 09:57
Paciente está com um dos punhos e um dos tornozelos enfaixados (Foto: Direto das Ruas).
Paciente está com um dos punhos e um dos tornozelos enfaixados (Foto: Direto das Ruas).

Com média de 60 pacientes aguardando na fila de cirurgia do setor da ortopedia, a Santa Casa se pronunciou nesta segunda-feira (23) sobre o caso de uma trabalhadora doméstica que está há 13 dias internada sem passar pelo procedimento. Segundo o hospital, casos de alta complexidade são a prioridade da equipe médica diante de quadros clínicos de baixa complexidade, como o da mulher de 45 anos.

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A Santa Casa de Campo Grande justificou a demora de 13 dias na cirurgia de uma trabalhadora doméstica com fraturas de baixa complexidade, alegando a priorização de casos de alta complexidade e a superlotação do setor de ortopedia, com média de 60 pacientes na fila de espera. A instituição afirma que a paciente não apresenta risco iminente de morte ou sequelas graves, e que a alta demanda, incluindo pacientes do interior do estado, impede um atendimento mais rápido para casos de menor complexidade. A nora da paciente contesta a versão da Santa Casa, afirmando que a avaliação médica não ocorreu.

Em nota enviada à reportagem, a Santa Casa informou que a paciente foi admitida com histórico de trauma, apresentando fraturas nos membros inferiores e superiores, classificadas como de baixa complexidade.

“Durante os 12 dias de internação da paciente, tivemos uma média de 57 a 60 pacientes aguardando procedimentos cirúrgicos na fila da ortopedia. Muitos desses casos poderiam ser atendidos em outros hospitais ou localidades, mas nossa instituição sofre pressão tanto da capital quanto do interior do estado, resultando em superlotação”, diz trecho da nota.

A paciente, conforme a instituição, foi avaliada nesta manhã (23) e mais uma vez não recebeu aval para seguir para a cirurgia. A Santa Casa justificou que isso ocorreu, pois, “devido à quantidade de casos complexos, o ortopedista não pôde incluí-la na programação cirúrgica”.

Na sequência da nota, a instituição comunicou que no sábado (21) outros 60 pacientes estavam aguardando cirurgia e no domingo o número caiu para 58. “Apesar de realizarmos 25 cirurgias no sábado, a quantidade de pacientes que chegam supera nossa capacidade de atendimento, o que faz com que casos de menor complexidade fiquem aguardando o momento oportuno para cirurgia”.

Por não apresentarem risco iminente de morte ou sequela grave, os pacientes de baixa complexidade serão atendidos posteriormente. Nesta segunda-feira, a instituição também reiterou que casos de alto complexidade são a vocação da instituição e tratados como prioridade.

Entenda o caso - No domingo (22), a história da trabalhadora doméstica que está internada na unidade do trauma foi sugerida pelo canal Direto das Ruas. A reportagem entrevistou a nora da paciente, Ana Paula Moraes, que relatou como tem sido a rotina no hospital.

"Tem dias que colocam minha sogra na dieta zero, temos esperança de cirurgia, mas não acontece. A impressão que dá é que estão tão cheios a ponto de não saberem a situação de todos que estão internados. Ela está só com faixas, não pode ter acompanhante, totalmente sozinha", disse ontem à reportagem.

A trabalhadora doméstica foi internada após sofrer um acidente de moto. Ela estava como passageira de um motociclista que realiza corrida por aplicativo, quando a moto derrapou na pista molhada. Com o acidente, ela quebrou o punho e o tornozelo.

Hoje, ao contrário do que diz a Santa Casa, Ana Paula afirmou que a familiar não foi avaliada por nenhum médico. “Não foi nenhum médico, só foi a mulher do SAC e ela não é médica. Como ela vai saber se a paciente precisa de cirurgia? O médico da outra paciente falou que ela precisava fazer uma cirurgia urgente no punho dela, que o que tem mais risco é o punho dela”, afirma.

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