Com a cúpula afastada, Detran funciona, mas sem pagar fornecedor
Com quatro gestores impedidos pela Justiça de entrar nas dependências, o Detran de Campo Grande funciona normalmente nesta quinta-feira (31). Mesmo nos setores que estão sem chefe, os servidores desempenham a rotina de acordo com o que já estão acostumados, segundo as informações no local. Fornecedores, porém, estão sem receber os pagamentos.
O escândalo que veio à tona na Operação Antivírus, que cumpriu 12 prisões e 29 mandados de busca. Apesar do funcionamento normal, pagamentos aos fornecedores estão suspendos, já que entre os suspeitos estão ordenadores de despesas do departamento. Sem eles, não há quem assine os documentos que autorizam as transferências financeiras.
Os funcionários receberão o salário junto com os servidores lotados nas demais repartições estaduais. Sem autorização dos superiores, nenhum deles conversou com a equipe de reportagem.
Membros do sindicato que representa a categoria fizeram um ato pela manhã em frente à entrada do Detran para chamar a atenção da sociedade sobre o que eles chamam de "pior momento na história do órgão", diz o presidente da entidade de classe, Octacílio Sakai Junior.
Vestidos de preto, eles permaneceram algum tempo no local e deixaram faixas com frases de protesto contra a corrupção.
Antivírus - Investigações do Gaeco apontaram fraudes em licitações para contratação de empresas de informática.
Na última terça-feira, agentes vasculharam vários setores em busca de documentos que subsidiem as apurações. Na ocasião fora presos o diretor-presidente do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) de Mato Grosso do Sul, Gerson Claro Dino; o diretor-adjunto Donizete Aparecido da Silva; o chefe de departamento Erico Mendonça; o diretor administrativo e financeiro, Celso de Oliveira; e o diretor de Tecnologia, Gerson Tomi ganharam a liberdade por determinação judicial.
Além deles, também foram detidos Luiz Alberto de Oliveira Azevedo, servidor público estadual lotado na Sefaz (Secretaria de Governo do Estado de Mato Grosso do Sul); o ex-deputado estadual Ary Rigo; José do Patrocínio Filho, Fernando Roger Daga e Anderson da Silva Campos, sócios e ex-sócio da empresa Pirâmide Informática; o sócio da Digix, antiga Digitho Brasil, Jonas Schimidt das Neves, e o secretário da empresa Claudinei Martins Rômulo.