Servidores do Detran trabalham de luto um dia após operação do Gaeco
Ontem, a cúpula do órgão, um dos maiores arrecadadores da administração estadual, além de empresários foram alvos da operação Antivírus
Servidores do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) foram para o trabalho vestidos de preto nesta quarta-feira (30). A ação é em protesto as prisões feitas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço do MPE (Ministério Público Estadual), durante a operação Antivírus, nesta terça-feira (29).
"Todos decidiram ir de preto, com a camiseta do sindicato, para mostrar que todos os envolvidos nestas falcatruas são funcionários comissionados. Estamos indignados, pois temos certeza que se fosse um servidor de carreira no comando, não iria acontecer algo assim", disse o presidente do Sindetran ( Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito), Octacílio Sakai.
Conforme Sakai, o manifesto envolve servidores de todas as 79 unidades do Detran no Estado. "Todo mundo está achando que todos do Detran são ladrões, mas nós não somos. A prova disso é que a diretoria saiu, mas o serviço continuou", reforça.
Conforme o presidente, o Detran tem hoje em torno de 800 servidores efetivos e 400 comissionados. Ontem, a cúpula do órgão, um dos maiores arrecadadores da administração estadual, e empresários foram alvos da operação Antivírus.
No procedimento de investigação criminal encaminhado à Justiça, os promotores anexaram o extrato do contrato de R$ 7,4 milhões do Detran com a Pirâmide, publicado em 26 de setembro de 2016.
A contratação era emergencial de empresa especializada em prestação de serviços de implantação, manutenção e operação dos sistemas de registro de documentos do órgão de trânsito. A validade era de seis meses. Pesquisa da reportagem no Portal da Transparência, mostra que a empresa recebeu R$ 2,9 milhões em 2016 e R$ 1,9 milhão neste ano.
O curioso é que a contratação foi para substituir uma empresa investigada na Lama Asfáltica, operação da PF (Polícia Federal). O convênio era com a REG-DOC, formado inicialmente pelas empresas Itel Informática LTDA e AAC Serviços e Consultoria. Em seguida, a Itel foi substituída pela Mil Tec Tecnologia da Informação Ltda. Ambas investigadas.