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Capital

Quatro diretores deixam Detran e são levados para prestar depoimento

Anahi Zurutuza e Ricardo Campos Jr. | 29/08/2017 11:16
De terno, promotor Tiago Di Giulio Freire, do Gaeco, deixa o Detran acompanhado de agentes (Fotos: Marcos Ermínio)
De terno, promotor Tiago Di Giulio Freire, do Gaeco, deixa o Detran acompanhado de agentes (Fotos: Marcos Ermínio)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) terminou a varredura nas três diretorias do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) e saiu da sede do órgão levando quatro diretores para depor.

O diretor-presidente Gerson Claro deu entrevista ao sair do local. Ele afirma que a investigação está relacionada a contratos firmados pelo Detran na gestão anterior e citou a contratação da Itel Informática, empresa que pertence a João Roberto Baird, empresário alvo de outras operações do Gaeco, e da AAC Serviços e Consultoria Ltda. para registro de documentos de veículos financiados.

Claro afirmou que todas as contratações feitas antes de 2015 e que passaram por “pente-fino” feito pelo próprio Detran. Neste com a Itel e a AC especificamente, foram encontrados indícios de superfaturamento, afirmou o diretor. “O contrato era de R$ 1,5 milhão, rescindimos e contratamos outra empresa por R$ 350 mil”.

Apesar de citar apenas a Itel e AC, um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na Digix, a antiga Dighito Brasil e o dono da empresa, Jonas Schimidt das Neves, foi preso.

Outros diretores - Além de Claro, Donizete Aparecido da Silva (diretor-adjunto), Gerson Tomi (que comanda a Diretoria Tecnologia da Informação) e Celso de Oliveira (da Diretoria de Administração e Finanças).

A assessoria de imprensa do Detran-MS informou que os quatro não estão presos, mas serão levados para delegacias, onde prestaram depoimentos.

Eles foram levados até a sede do departamento primeiro para que pudessem acompanhar as buscas.

Diretor-presidente do Detran-MS, Gerson Claro, ao chegar à sede do órgão para acompanhar as buscas na sala dele (Foto: Marcos Ermínio)
Diretor-presidente do Detran-MS, Gerson Claro, ao chegar à sede do órgão para acompanhar as buscas na sala dele (Foto: Marcos Ermínio)

A operação - As equipes do Gaeco começaram a varredura antes da 7h e servidores destes setores, ao menos 60, aguardavam do lado de fora.

Os investigadores da “tropa de elite” do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) estão espalhados por Campo Grande para cumprir 12 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, durante a Operação Antivírus, deflagrada nesta terça-feira (29).

Dos 12 mandados de prisão, nove já são de prisão preventiva e três temporárias. Além do dono da Digix, dentre os presos está também o ex-deputado estadual Ary Rigo.

O Gaeco investiga crimes de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, peculato e organização criminosa.

Segundo a assessoria de imprensa do MP, contratos de informática celebrados entre o Poder Público e empresas são investigados. “Em virtude da complexidade da operação, não serão divulgadas informações antes do término das investigações”, informou a assessoria por meio de nota.

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