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Capital

Com fechamento no Centro, pediatras só atenderão 24 horas nas três UPAs

Ricardo Campos Jr. e Thiago de Souza | 30/11/2015 17:45
Secretário garante que ida de pediatras aos bairros irá aumentar número de consultas infantis (Foto: Gerson Walber)
Secretário garante que ida de pediatras aos bairros irá aumentar número de consultas infantis (Foto: Gerson Walber)
Pronto atendimento infantil será desativado no PAI (Foto: Gerson Walber)
Pronto atendimento infantil será desativado no PAI (Foto: Gerson Walber)

Com o fechamento do PAI (Pronto Atendimento Infantil), a prefeitura garante atendimento de pediatria 24 horas em todos os dias da semana somente nas três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da Capital. Em outras unidades, haverá apenas plantões entre as 19h e 7h nas sextas, sábados e domingos. As mudanças foram anunciadas pelo secretário municipal de Saúde, Invandro Fonseca, nesta segunda-feira (30).

Os médicos que hoje atendem as crianças no antigo prédio do Hospital Sírio Libanês, na Avenida Afonso Pena, serão remanejados para os bairros. É a tentativa do poder público em descentralizar o serviço, já que o Cempe (Centro Municipal Pediátrico), como foi chamado inicialmente, não era vinculado ao SUS para pronto-atendimento.

Com isso, os CRS (Centros Regionais de Saúde) Guanandi, Moreninhas, Coophavilla, Nova Bahia e Tiradentes terão a pediatria a todo o vapor somente aos fins de semana, com cinco especialistas de plantão.

Nos dias úteis, os pais que moram nessas regiões deverão levar seus filhos às UPAs Coronel Antonino, Universitário ou Vila Almeida. Nas UBS (Unidades Básicas de Saúde), haverá pediatra em apenas 16 dos 25 postos do tipo durante a semana. O gestor não adiantou quais serão.

O fechamento do PAI incomodou quem preferia ir até o Centro em busca de atendimento, já que a qualidade do serviço o tornou popular. Porém, segundo Ivandro, o local deu prejuízos aos cofres públicos e ainda não oferecia condições mínimas de segurança aos presentes.

Conforme o secretário, não havia aprovação do Conselho Municipal de Saúde e da Vigilância Sanitária no centro pediátrico. O espaço foi considerado inapropriado e sem proteção contra incêndio, o que gerou multa de R$ 4.448 para a prefeitura, conforme o chefe da Sesau.

Além disso, como o local não recebia verbas do Governo Federal, o município bancava sozinho o aluguel de R$ 194 mil por mês, que já está sendo questionado por meio de ação civil pública pelo MPE (Ministério Público Estadual). Para manter o PAI em operação, a Câmara Municipal autorizou duas vezes suplementações orçamentárias, gerando prejuízo de R$ 9.603.693.

A prefeitura diz ter acionado a CGU (Controladoria Geral da União) e o MPE (Ministério Público Estadual) sobre o rombo.

Também foi apontada pelo secretário a falta de isonomia salarial. A diferença entre os ganhos entre servidores com a mesma função chegava a 300%. A diferença se dava nas gratificações, que para alguns eram mais altas.

Na visão de Ivandro, o retorno dos pediatras aos bairros deve aumentar o número de atendimentos à criança na rede. Quando o PAI foi aberto, segundo ele, muitos deixaram de levar seus filhos aos postos do município para não terem que se deslocar até a região central, fazendo com que reduzisse em 12 mil o número de consultas.

Os atendimentos de especialidades pediátricas no PAI continuam a ser feitos pelo menos por mais 15 dias, prazo dado pelo Conselho Municipal de Saúde. Por hora, somente o pronto-socorro deixa de operar.

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