Com interdição de via há 47 dias, vendas caem 70% no Lago do Amor
Circulação foi proibida diante do risco de avanço do desmoronamento após chuva de 4 de janeiro
Com estragos desde 4 de janeiro, provocados por chuva de 159 milímetros, o entorno do Lago do Amor, um dos cartões-postais de Campo Grande, segue com interdição na Avenida Filinto Müller, enquanto os ambulantes viram as vendas despencarem em 70%.
Há 47 dias, uma passarela cedeu com a chuva forte e a via foi interditada primeiro com cavaletes e, desde 23 de janeiro, com manilhas. A interdição fica no sentido Centro/bairro.
A medida foi adotada como prevenção diante do risco de avanço do desmoronamento do aterro de um trecho de 170 metros do passeio público e da ciclofaixa.
Mas ainda há quem desrespeite a proibição e circule pela área com erosão, como pedestres, ciclistas e motociclistas. Já carros entram na contramão, causando acidentes.
“Os carros entram na contramão na pista liberada para não dar a volta. Por conta disso, no domingo retrasado, teve acidente de carro e moto porque um dos veículos estava na contramão”, diz Antônio Rodrigues, 59 anos.
Há 12 anos trabalhando na orla do lago, ele também é testemunha da queda nas vendas. “A situação é péssima. Praticamente acabou com as nossas vendas. As pessoas passavam, paravam, olhavam o lago, gastavam. O movimento caiu 70%. Mesmo com o tempo ruim, hoje era para estar lotado de gente. Deveriam arrumar o mais rápido possível”, diz o ambulante, que vende raspadinha (bebida gelada) e churros.
Antes, ele ia diariamente ao entorno do lago. Agora, só vende aos finais de semana e feriados.
A vendedora Vanusa Nascimento dos Santos, 40 anos, conta que só havia visto o ponto turístico sem movimento de visitantes na pandemia. “Depois da pandemia, só agora por conta dessa interdição. As vendas caíram bastante. As pessoas não querem dar a volta e acabam indo para outros lugares. Deveriam fazer com urgência essa obra para liberar a rua”, diz. Ela vende pastéis.
Ambulante há oito anos, Gilmar Matos de Oliveira, 39 anos, viu despencar a procura pelo coco e caldo de cana. “As vendas caíram 70%. As pessoas não param mais como antes. Nesses anos todos, é a primeira vez que vejo isso aqui vazio sim. Mesmo com esse tempo, era para estar lotado”.
Gilmar também relata que a iluminação é precária à noite e não há banheiros para os visitantes. “Deveriam investir aqui porque é ponto turístico e vem gente de fora conhecer”.
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