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Capital

Com músicas e panelaço, professores e agentes protestam na Prefeitura

Natalia Yahn e Alberto Dias | 19/04/2016 09:49
Protesto reúne professores e agentes comunitários de saúde. (Foto: Fernando Antunes)
Protesto reúne professores e agentes comunitários de saúde. (Foto: Fernando Antunes)

Professores da Reme (Rede Municipal de Educação) e agentes comunitários de saúde fazem um protesto bem humorado em frente ao prédio da Prefeitura de Campo Grande, na manhã desta terça-feira (19). Com carro de som o grupo canta paródias de músicas da banda de rock cômico Mamonas Assassinas e fazem um panelaço no local.

O protesto acontece enquanto o prefeito Alcides Bernal (PP) recebe representantes do grupo “Por uma Cidade Mais Democrática” e discute a Lei da Mordaça. Os membros entregaram um documento para Bernal, que garantiu usar o mesmo em seu parecer do veto que será enviado à Câmara Municipal.

O prefeito ouviu o barulho dos manifestantes e os gritos de “desce Bernal” e disse que vai conversar com os sindicatos – ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) e Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande) –, porém sem a presente do presidente Marcos Tabosa (Sisem). “Que não tem postura para representar os sindicalizados”, afirmou Bernal.

Paralisação - Os professores da Reme param por 24 horas nesta terça-feira (19) para “forçar” reunião com o prefeito. O presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais daEducação Pública), Lucílio Souza Nobre, informou que a categoria já tem greve geral agendada a partir do dia 26. “Vamos até à prefeitura hoje. Vamos forçar uma agenda com o prefeito. Ele encaminhou o projeto do reajuste para a Câmara Municipal sem ter discutido até esgotar o assunto”, afirma.

A associação, que reúne mais de sei mil docentes, só vai fazer o cálculo de adesão das escolas no fim do dia. Contudo, a previsão do sindicato é que a mobilização de alerta paralise as atividades em até 50% dos 96 colégios.

A Reme (Rede Municipal de Ensino) tem 95 mil alunos e o ano letivo começou em 15 de fevereiro. No ano passado, os alunos enfrentaram greve por 77 dias. A paralisação também deve afetar os Ceinfs (Centros de Educação Infantil), mas em menor proporção, pois a maioria dos profissionais é contratado e não deve aderir. 

Os professores querem 11,36% da correção do piso do magistério e o pagamento das parcelas negociadas no ano passado. Já os servidores administrativos estão em greve desde o dia 31 de março, e até o dia 12 de abril realizaram manifestações diárias em frente a Prefeitura para pressionar o prefeito a aceitar as reivindicações da categoria.

O protesto é contra a proposta de escalonamento na reposição salarial. Depois de ter sido contra a aprovação do projeto de lei que previa reposição salarial de 9,57% aos servidores municipais pelos vereadores, que perdeu o prazo limite determinado pela legislação eleitoral no dia 5 de abril, Marcos Tabosa já fala em apoiar o novo projeto do prefeito com o mesmo índice. “Se o prefeito reenviar o reajuste para a Câmara aprovar, vamos trabalhar para aprová-lo até o dia 29 deste mês”, afirmou, porém questiona o fato de o índice ser escalonado para parte dos servidores.

Os grevistas pedem bolsa alimentação de R$ 600, em lugar dos R$ 190 pagos atualmente e que o bônus pró-funcionário, que hoje acrescenta 40% no salário do servidor, aumente para 45%. Além do reajuste de 9,57% a ser encaminhado à Câmara novamente.

Conforme Tabosa, cerca de 60 escolas municipais de Campo Grande estão com problemas nos setores de limpeza e alimentação devido à greve dos servidores administrativos daeducação, e garante que 700 servidores aderiram à greve.

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