Com obra de R$ 17 milhões atrasada, IFMS gastou R$ 851 mil em aluguéis
Segundo instituto, campus de Campo Grande receberá alunos a partir de 31 de julho
Com o campus de Campo Grande em obras desde 2009 e que já consumiram R$ 17,6 milhões, o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) gastou R$ 851.723,25 com sede provisória em 2015, 2016 e 2017. Relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) classifica o gasto como antieconômico. Ou seja, na contramão de uma boa gestão econômica.
“É a demonstração de uma fragilidade da gestão, que gerou um gasto desnecessário, evitável. Se a gestão tivesse adotado providências mais imediatas à época, a locação seria por menor período e a questão resolvida a bom tempo”, afirma o superintendente da Controladoria Regional da União no Estado, José Paulo Barbiere.
Realizada entre 7 de novembro e 16 de dezembro do ano passado, a vistoria analisou recursos de R$ 8.898.322,56, oriundos do Ministério da Educação, e aponta prejuízo de R$ 82.526,97, que deverá ser ressarcido.
Com cinco blocos, a obra na rua Taquari, bairro Santo Antônio, tinha cronograma para conclusão dos prédios entre 2009 e 2012. Segundo a CGU, na primeira etapa, seriam entregues os blocos A e C. No ano de 2010, a segunda fase previa a conclusão do bloco E.
Finalmente, em 2012, ficariam prontos as unidades B e D. Entretanto, os prazos ficaram restritos ao calendário, os alunos foram acomodados em endereços provisórios e, atualmente, têm aulas no colégio Latino Americano. A mudança definitiva foi marcada para o fim deste mês.
De acordo com assessoria de imprensa do instituto, a partir de 31 de julho, data de início do segundo semestre, as atividades acadêmicas serão no campus da rua Taquari.
Valores – Do prejuízo de R$ 82,5 mil, R$ 76.946,97 são relativos a problemas de execução no bloco E. Segundo a controladoria, o contrato foi reformado de maneira irregular, pois o último aditivo foi constituído basicamente de serviços de correção, os quais deveriam ter sido feitos pela empresa executora sem custos.
Já o montante de R$ 5.580 corresponde a serviços não executados nos blocos A e C. No ano passado, a equipe encontrou avarias, como forros deteriorados e cobertura quebrada.
No relatório, o IFMS aponta que a região é desabitada e tem forte rajada de vento, ocasionando os problemas. Em resposta à reportagem, o instituto informa que chegou a consenso com a empresa responsável pela obra para reparo do forro, divisórias e cobertura de policarbonato. O acordo foi firmado em 5 de maio de 2017.
Sobre o bloco E, a instituição vai instaurar procedimento administrativo conjunto com a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), tutora da implantação do IFMS, para apuração e eventual identificação dos responsáveis. Para o instituto, o aluguel não deve ser entendido como prejuízo ao erário.
Casa nova - Em Campo Grande, o IFMS tem 2,2 mil estudantes matriculados em cursos técnico, qualificação profissional, graduação e pós-graduação. Com oito mil metros quadrados de área construída, a sede tem quatro blocos para atividades acadêmicas e um destinado ao setor administrativo.