Com serenidade, Beto Figueiredo espalhava seu amor pela arte e cultura
Familiares e amigos se despedem do professor durante velório fechado na Paróquia UCDB na manhã deste sábado
Foi por meio do jeito calmo, gentil e sereno que o professor e ex-superintendente de cultura de Campo Grande, Roberto Figueiredo, espalhou seu amor pela arte. Durante o velório na Paróquia Universitária São João Bosco, na manhã deste sábado (14), familiares, amigos e ex-alunos se despediram e relembraram do sorriso que sempre acompanhou Figueiredo, assassinado na madrugada dessa sexta-feira (13),
RESUMO
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O velório do professor e ex-superintendente de cultura de Campo Grande, Roberto Figueiredo, assassinado na sexta-feira, aconteceu na Paróquia Universitária São João Bosco. Amigos, familiares e ex-alunos se despediram, lembrando-o por sua gentileza e serenidade em ensinar e difundir a cultura. Seu legado como um aglutinador de pessoas e um mestre que inspirava o amor pela arte foi destacado pelos presentes, que lamentaram a forma brutal de sua morte. A cerimônia lotou a paróquia e a família optou por não dar entrevistas.
Jacklin Andreucce conheceu Figueiredo em 1998 quando entrou do grupo de teatro “Senta que o leão é manso”. Seu contato com a arte começou ao lado do professor. "Ele ensinou a todos nós a amar essa cultura. Imagina, eu era uma menina de 17 anos quando o conheci, não entendia direito o que era tudo isso. E ele nos ensinava da forma mais bonita a amar nossa cultura, amar tudo aquilo que a gente pudesse da cultura", relatou.
Ela contou que foi aluna dele até 2004 e, mesmo após sair do grupo, manteve a amizade. “O Beto sempre aglutinou todos nós. Mesmo quem saía do grupo continuava junto. Ele sempre fez questão”, afirmou.
Para ela, o mais dolorido da despedida foi a morte “brutal”. “Afinal, como uma pessoa tão gentil pode ser levada da gente de uma forma tão brutal, foi muito difícil. Eu achei que o Beto nunca ia morrer, sabe? Porque eu conheço há tantos anos e achei que o Beto ia morrer bem, bem velhinho, abraçado por todos nós e vivenciando a cultura”, disse.
“A partida dele é uma mistura de luto na cultura e luto na vida. Beto, ele representa, sem dúvida nenhuma, a cultura sul-mato-grossense de uma forma bem viva”, completou.
A ex-aluna, Mariana Olivo, contou que Beto estava sempre sorrindo. “A aula dele era a melhor que tinha no curso, ele envolvia a gente na sala e explicava o conteúdo de uma maneira tão fácil que nem parecia que era uma aula”, descreveu.
Foi durante as aulas dele, entre 2022 e 2023, que ela passou a ver arte em cada canto da cidade. “Eu já era engenheira na época e o Betinho me mostrou que a arte está em todo o lugar e ele fez eu ter esse contato de uma forma leve e bonita que só ele sabia fazer”, disse.
Já a professora e amiga há mais de 20 anos, Maria Helena Benites, disse que conheceu Beto antes de dividirem a profissão. “Eu era administrativo e ele sempre foi uma pessoa calma e serena, falava baixo e era alto-astral. Não existe uma pessoa que conheceu o Beto e não gostava dele. Ele era mais que um colega de profissão, era um amigo”, relatou.
O velório lotou a Paróquia Universitária São João Bosco e foi fechado. A família não quis falar com a reportagem.
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