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Capital

Com ‘sessões de abraços’, Yago se recupera e deve receber alta em julho

Bebê está com 37,5 centímetros e 990 gramas

Luana Rodrigues | 22/05/2017 17:30
Coloridinhos e bem macios, os polvos chegaram ao hospital em abril e são abraço diário de Yago. (Foto: Divulgação/ Santa Casa)
Coloridinhos e bem macios, os polvos chegaram ao hospital em abril e são abraço diário de Yago. (Foto: Divulgação/ Santa Casa)

Com um mês e 22 dias de vida, Yago só dá orgulho para a família e à equipe médica, que o acompanha dia a dia. O menino, que resistiu por 27 semanas no ventre da mãe com morte cerebral e passou por uma cirurgia no coração antes de completar um mês de nascimento, se recupera bem e, graças ao tratamento e 'sessões diárias de abraços', deve deixar o hospital no início de julho.

De acordo com a Santa Casa, Yago está com 37,5 centímetros e 990 gramas. Bem maior do que quando nasceu, quando tinha apenas 34 centímetros e 1.005 quilos. O tratamento dele é como o de todo recém-nascido prematuro, alimentação com leite materno por sonda e fototerapia - método terapêutico baseado em banhos de luz.

No entanto, além disso, diariamente, o menino ganha 'sessões de abraços' especiais. Um deles é no colo do pai, no método conhecido como 'Canguru'. O outro é do polvo de crochê, colocado dentro da incubadora. 

Como os tentáculos do polvo se assemelham ao cordão umbilical, o objeto faz com que os recém-nascidos lembrem do período em que estavam no útero, acalmando as crianças e ajudando na manutenção dos sinais vitais.

Maiores que as próprias crianças, os polvos envolvem os bebês, evitando acidentes e choques nas paredes da incubadora. Abraços quentinhos e confortáveis, que também tem ajudado na recuperação.

No dia 27 de abril, Yago foi submetido a uma correção cirúrgica do canal arterial, problema detectado pelos médicos que cuidam dele. O estado de saúde do bebê, ainda conforme a assessoria de imprensa da Santa Casa, é considerado estável.

Nos próximos dias, Yago deve sair da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e a previsão é de que no início de julho esteja em casa.

Luta pela vida – O caso de Yago é inédito em Mato Grosso do Sul e foi marcado por troca de informações com médicos do Espírito Santo e Portugal, onde aconteceram situações similares. Com a morte encefálica da mãe, Renata Souza Sodré, 22 anos, o nascimento do bebê era uma aposta de alto risco.

“É muito difícil um caso como esse porque além do risco de morte, tem o risco de infecção. Tudo compromete a viabilidade do nascimento dessa criança”, explicou a médica Patrícia Berg Leal, responsável pela UTI (Unidade de Terapia de Intensiva) Neonatal, em entrevista ao Campo Grande News no dia 2 deste mês.

Após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) em 27 de janeiro, Renata teve a morte cerebral constatada por dois testes clínicos e mais exame de imagem. Os médicos descobriram que apesar da mãe ter partido, o feto vivia e entrava na 17ª semana.

Com o caso explicado à família e acompanhado pela Comissão de Ética do hospital, começou a administração diária de medicamentos, pois, com a morte cerebral, o corpo para de produzir hormônios.

Contra o risco de infeção, o trabalho envolvia todos os setores da UTI, da limpeza ao corpo clínico.

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