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Capital

Combustível fica mais barato e faz Capital ter a maior deflação em 5 anos

Lidiane Kober | 05/08/2013 17:42
Preço do etanol puxou deflação, com  queda de -5,53% (Foto: Cleber Gellio)
Preço do etanol puxou deflação, com queda de -5,53% (Foto: Cleber Gellio)

Após fase de elevação, o preço do combustível baixou em julho e garantiu recorde de deflação nos últimos cinco anos, em Campo Grande. De acordo com o Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera-Uniderp, a inflação teve registro negativo de 0,35%, contrariando tendência de alta registrada nos meses anteriores.

Segundo o coordenador do Nepes, Celso Correia, o grupo Transporte foi o que mais contribuiu para a queda, com deflação de -1,59%, seguido dos grupos de Alimentação (-0,75%), Vestuário (-0,33%) e Despesas Pessoais (-0,02%). “Os produtos e serviços com as principais quedas de preço no grupo Transporte foram: etanol (-5,53%), passagem de ônibus urbano (-3,51%), óleo diesel (-1,98%) e gasolina (-0,51%)”, elencou, em comparação ao mês de junho.

Gerente de Vendas do Posto Santa Conceição, Militão Renovato Pires atribuiu a deflação a “concorrência”. “Ficamos de olho no vizinho e se ele começa a baixar a gente segue a tendência, porque o cliente vai longe atrás de um centavo”, comentou.

Para reforçar a queda de preços, Pires lembrou que, em junho, o litro do etanol chegou a custar R$ 2,12 e, no mês seguinte, baixou para R$ 1,99. A gasolina, por sua vez, era comercializada a R$ 2,95 e, em julho, baixou para R$ 2,89. “Se não vier alta nos impostos, a tendência é baixar o preço ainda mais”, apostou o gerente.

Mas nem tudo foram flores no mês de julho no grupo Transporte. Conforme a pesquisa, a passagem de ônibus interestadual aumentou 4,31% e o preço do pneu registrou inflação de 0,29%.

Alimentos - No grupo Alimentação, as hortaliças foram apontadas como as principais responsáveis pela deflação. A cenoura baixou 32,14%; o repolho, 31,91%; a cebola, 25,10% e a beterraba, 22,34%. Por outro lado, a carne seca/charque registrou aumento de 15,87%; o chuchu, de 13,33%; o cheiro verde, de 11,16% e o preço da abobrinha subiu 6,27%.

Ainda no item carnes, alguns cortes apresentaram altas de preços. É o caso do músculo (5,78%), da picanha (4,99%), do coxão mole (4,40%), da costeleta suína (5,92%), do pernil (3,21%) e da bisteca (1,56%). O frango resfriado também teve alta de 1,52%.

Ao mesmo tempo, cortes de carne bovina de primeira tiveram quedas de preços. O filé mignon baixou em 5,13%; o contrafilé, 5,04% e a alcatra, 2,92%.

No grupo Despesas Pessoais, o sabonete registrou aumento de 4,69%, manicure e pedicure teve inflação de 3,98%. Por outro lado, o preço do absorvente higiênico reduziu em 5,80% e do papel higiênico, 0,76%.

No grupo Saúde, a principal alta ocorreu no preço do anti-infeccioso e antibiótico (6,26%), seguida do valor do analgésico e do antitérmico (4,45%). Já os produtos que tiveram quedas de preços foram: antidiabético (-0,64%), psicotrópico e anorexígeno (-0,49%) e material para curativo (-0,15%).

Também em comparação ao mês de junho, no grupo Vestuário a maior inflação ocorreu no preço dos vestidos (7,94%), seguida pelo aumento da camiseta feminina (5,77%) e do lingerie (2,67%). Ocorreram quedas de preços do tênis (-4,09%), sandália/chinelo masculino (-2,99%) e calça comprida masculina (-2,90).

A alta do preço do televisor (4,71%), limpa vidros (4,69%) e lustra móveis (3,88%) puxaram inflação de 0,06% no grupo Habitação. Ao mesmo tempo, o Nepes registrou quedas no valor do saponáceo (-8,47%), da pilha (-5,30%) e do aparelho de som (-2,44%).

Inflação acumulada – A inflação acumulada nos últimos doze meses em Campo Grande recuou em relação ao mês de junho e está em 5,13%, ainda ultrapassando a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). A tendência é de chegar, em dezembro, com acumulado muito próximo aos 4,5%.

A inflação acumulada neste ano, até o mês de julho, é de 2,02%. No mês passado, Campo Grande apresentou a maior deflação registrada desde o mês de fevereiro de 2008 (-0,51%).

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