De volta à Capital, Jamilzinho enfrenta em julho júri por morte de estudante
Após três cancelamentos, júri popular foi remarcado e tem previsão de durar 4 dias
Cancelado três vezes, o julgamento de Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, e mais dois acusados da execução do estudante Matheus Coutinho Xavier, assassinado a tiros em abril de 2019, foi remarcado para julho e tem previsão de durar quatro dias. A decisão do juiz Aluízio Pereira dos Santos de reservar o plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri para a análise das acusações pelos jurados, entre os dias 17 e 20 de julho, saiu no fim da tarde desta terça-feira (2).
O júri estava previsto de 16 a 19 de maio, mas foi cancelado pela última vez depois que a defesa de Jamilzinho foi ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para garantir que o cliente estivesse no plenário. Por questões logísticas, a Justiça defendia a participação do réu por videoconferência.
No dia 18 de abril, porém, o ministro Rogério Schietti Cruz, do STJ, tornou definitiva a decisão, dada em caráter liminar em fevereiro, que garante a transferência de Jamil Name Filho do Presídio Federal de Mossoró (RN) até o Fórum de Campo Grande (MS), para que ele enfrente o primeiro júri popular desde que foi preso, em setembro de 2019.
Jamilzinho, como é conhecido o acusado de liderar milícia responsável por execuções, pisará pela primeira vez em solo sul-mato-grossense em três anos e meio.
Pereira do Santos determinou que o ministro da Justiça, Flávio Dino, seja oficiado para providenciar o transporte escoltado de Name Filho e ainda de outros dois réus, o ex-guarda municipal Marcelo Rios e do policial civil Vladenilson Daniel Olmedo. O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) deve ficar responsável pela transferência.
O magistrado também quer reforço policial no Fórum para os dias de julgamento. Neste caso, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) deve ser oficiada.
O crime – Conforme a acusação, o acadêmico de Direito foi vítima de atentando que teria como alvo o pai dele, o ex-policial Paulo Roberto Teixeira Xavier. A investigação da Polícia Civil apurou que Xavier era desafeto do grupo comandado por Jamil Name, o “Velho”, e Jamilzinho.
O ataque aconteceu por volta das 18h, na frente de casa de Paulo e Matheus Xavier, no Jardim Bela Vista, bairro nobre da Capital. A investigação apurou que ele foi morto por engano, pois estava manobrando o carro do pai. O rapaz foi atingido com sete tiros e o disparo fatal foi na base do crânio.
Jamil Name teve o nome excluído do processo depois de sua morte, em maio de 2020, vítima de covid-19.
O processo foi desmembrado para outros dois réus, por estarem foragidos: José Moreira Freire, o “Zezinho”, e Juanil Miranda Lima. Os dois, segundo a acusação, seriam os pistoleiros, responsáveis pela execução.
“Zezinho”, que foi morto em troca de tiros com a Polícia Militar em Mossoró (RN), em dezembro de 2020, também teve nome excluído. Juanil Miranda ainda está foragido e, neste caso, a Justiça determinou a suspensão dos trâmites até que ele seja recapturado.