Defesa faz última tentativa de invalidar provas contra réu por matar “Grazi”
Nas alegações finais, o advogado Thiago Andrade Sirahata também pede que Rômulo Rodrigues Dias seja solto
Numa última tentativa de “depenar” o conjunto de evidências que pesam contra Rômulo Rodrigues Dias, réu por matar Graziela Pinheiro Rubiano, de 36 anos, a defesa do acusado reforçou pedido de anulação dos depoimentos prestados pelo cliente à polícia e de todas as provas levantadas a partir do que foi dito por ele. Nas alegações finais, fase da ação penal por homicídio anterior à decisão do juiz de mandar ou não o réu a júri popular, o advogado Thiago Andrade Sirahata também pede que Rômulo seja solto, para responder ao processo em liberdade.
A defesa alega que Rômulo foi ouvido sem a presença de um advogado e, nas duas vezes que deu sua versão sobre o desaparecimento da ex-companheira à polícia, não lhe foi informado que tinha o direito de permanecer em silêncio. Argumenta ainda que o cliente não sabia que estava sendo gravado.
“Resta cristalino, assim, que a ausência do aviso de seus direitos em suas oitivas, inclusive já estando preso, o prejudicou, pois, em seu nervosismo, pode ter, talvez, produzido prova contra si mesmo ao se ter se confundido entre datas e horários”, sustenta o advogado.
O defensor insiste na tese de que Graziela está viva, sem dar nenhum sinal desde 5 e abril deste ano, uma vez que até agora não foi encontrado corpo. “Neste passo, é imperioso ressaltar que a investigação, desde o início, buscou angariar indícios de um homicídio, sem, contudo, buscar provas sobre o desaparecimento da ex-companheira do acusado, o que poderia ter mudado o rumo das investigações”.
Na peça, a defesa ainda informa em quais bancos a suposta vítima tinha contas para que seja feito o rastreamento que já havia sido autorizado pelo juiz do caso, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
O crime, segundo a polícia - “Grazi” desapareceu há cinco meses e meio. Para a Polícia Civil, Rômulo assassinou a esposa, a esquartejou usando os conhecimentos obtidos em Enfermagem, e sumiu com o cadáver. Os dois faziam o mesmo curso.
Segundo testemunhas, Rômulo agiu normalmente após o sumiço de Graziela, inclusive indo trabalhar, e contou às pessoas que ela havia ido embora de Campo Grande depois de ele ter descoberto relacionamento com uma mulher.
O desaparecimento de “Grazi” foi informado à Polícia Civil por amigas e não pelo marido.
Para a acusação, não há dúvida de que a mulher foi assassinada por Rômulo, com quem mantinha relacionamento conturbado do qual não conseguia se livrar. A descoberta de uma traição teria motivado o crime, na visão do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).