Dívida da Santa Casa cresceu 22% em 2011 e chegou a R$ 84 milhões
Em 2010, o montante totalizava R$ 68,9 milhões, segundo relatório que traz os dados financeiros do hospital
A dívida da Santa Casa de Campo Grande cresceu quase 22% no ano passado. Em 2010, o montante totalizava R$ 68,9 milhões. Já em 2011, aumentou para R$ 84,2 milhões. Os dados são do balanço publicado ontem pela KPMG Auditores Independentes.
Os números mostram que o estabelecimento hospitalar, que desde 2005 está sob intervenção do poder público, segue com as contas no vermelho, mesmo com aumento de receita. O déficit no exercício 2011 foi de R$ 10,1 milhões. Em 2010, a diferença entre o total arrecadado e as despesas totalizava R$ 3,1 milhões.
Na comparação entre os dois últimos anos, a receita cresceu 17%, passando de R$ 127 milhões para R$ 149 milhões. No período, as despesas aumentaram de R$ 130 milhões para R$ 159 milhões.
Na análise da auditoria, a continuidade normal das atividades dependerá de aportes financeiros, redução significativa dos custos e receitas operacionais, além da efetiva manutenção e monitoramento sobre o plano de reestruturação financeira e operacional.
Ainda sobre a situação financeira, o relatório destaca o elevado endividamento, mas atribui ao compromisso de continuar prestando serviços de qualidade ao usuário.
As medidas adotadas até então para o equilíbrio financeiro são: redução de custos administrativos, esforço na cobrança de créditos em atraso, busca de novos repasses de entidades governamentais, esforço para alongamento das demais dívidas financeiras de curto prazo e obtenção de novas linhas de crédito.
Saúde Pública – Da receita do hospital, a maior parcela vem do SUS (Sistema Único de Saúde), com R$ 126 milhões, seguido por convênios particulares (R$ 14 milhões), receita com repasses (R$ 999 mil) e planos de saúde (R$ 2,2 milhões).
No ano passado, a Santa Casa de Campo Grande recebeu R$ 853 mil em doações de pessoas físicas, empresas e entidades. Em 2011, 89% dos pacientes foram atendidos pelo SUS, superior a 70% do total da capacidade contratada.
Plano de Saúde – O relatório informa que o plano “Santa Casa Saúde”, que foi transferido para a Unimed, virou problema na Justiça. O convênio entre a associação, que administrava o hospital antes da intervenção, e a Unimed foi firmado em 22 de setembro de 1998.
Na ocasião, ficou determinado que a comercialização do plano de saúde deveria ser suspensa a partir de outubro de 1998; a carteira de contratos deveria ser transferida para a Unimed de Campo Grande, porém, a migração estava condicionada se o plano alcançasse mínimo de 20 mil usuários.
Até dezembro do ano passado, o plano mantinha, aproximadamente, 2 mil participantes. (Matéria editada em 27 de julho para correção de informação).