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Capital

Foragido há dois anos, investigado por morte de namorada a tiros é preso

Bruna Moraes Aquino foi morta com dois tiros no pescoço, em setembro de 2021, no Jardim Itamaracá

Por Bruna Marques | 08/11/2023 07:06
Bruna Moraes Aquino em foto publicada nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)
Bruna Moraes Aquino em foto publicada nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)

Ewerton Fernandes da Silva, 35 anos, suspeito de matar a tiros a namorada Bruna Moraes Aquino, 22, foi preso dois anos após o crime. A jovem foi assassinada no dia 1º de setembro de 2021, dentro do carro do companheiro, no Jardim Itamaracá, em Campo Grande.

De acordo com o delegado da 4ª DP (Delegacia de Polícia) responsável pela investigação, Christian Mollinedo, contra Ewerton havia um mandado de prisão preventiva em aberto, pelo crime de feminicídio. O inquérito policial foi relatado e, agora, está na fase de manifestação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para denunciar ou não o indiciado. A prisão ocorreu no dia 30 de outubro, mas o fato só foi relatado hoje pela polícia, sem detalhar onde ele foi encontrado.

Conforme o registro policial, na época do crime, Bruna estava com o namorado em um Volkswagen Gol prata, quando um homem, não identificado, usando roupas escuras e capacete, se aproximou do veículo a pé, parou do lado da porta do passageiro e disparou contra o casal.

O namorado de Bruna contou à polícia que percebeu que havia sido atingido de raspão no braço e, logo em seguida, viu a jovem inconsciente, sangrando muito, por isso, acelerou o carro e foi para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário. Segundo o depoimento de Ewerton, foram três ou quatro disparos.

Bruna chegou sem vida na unidade de saúde e a polícia foi chamada pelos funcionários da UPA. Na delegacia, Ewerton disse aos policiais que não sabia quem seria o autor dos disparos, mas contou que três dias atrás, entre os dias 29 e 30 de agosto, ele e Bruna foram perseguidos por dois homens em uma moto, que atiraram contra o carro, depois de confusão em casa noturna na Avenida Ernesto Geisel com a Avenida Salgado Filho.

Na data, a jovem chegou a ser atingida de raspão na nuca, mas preferiu não registrar boletim de ocorrência. Em depoimento, o homem afirmou que o disparo aconteceu depois que ele discutiu com um homem chamado "Wellington", que teria dado em cima da namorada.

Ewerton saindo da 4ªDP, dez dias após matar Bruna Moraes e fingir não saber quem era o assassino (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Ewerton saindo da 4ªDP, dez dias após matar Bruna Moraes e fingir não saber quem era o assassino (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

A perícia encontrou um projétil de arma de fogo na porta do Volkswagen Gol, em que Bruna estava no dia em que foi assassinada. O carro pertence a Ewerton, única pessoa, até o momento identificada, que presenciou o crime.

Áudio ao qual o Campo Grande News teve acesso revelou o momento do ataque a tiros, que resultou na morte da jovem. São apenas 40 segundos de gravação, mas que refletem a tensão do atentado, cujas circunstâncias ainda intrigam a polícia.

Relato do suspeito - Dez dias depois de ver a namorada ser morta a tiros, Ewerton foi até a 4ª Delegacia de Polícia Civil, na Moreninha II, contar sua versão sobre o dia em que ele e Bruna foram alvo de pistoleiro. Na saída, falou sobre a dificuldade de se recuperar diante do trauma. “Estou praticamente acabado”.

Ewerton foi à delegacia ao lado do advogado e da mãe. Com o braço imobilizado, contou que o “tiro de raspão”, que levou durante o atentado que matou Bruna, não foi tão leve assim. “Passei por duas cirurgias, a bala entrou em mim, rompeu ligamento”, contou.

O vendedor afirmou que lembra pouca coisa do momento dos tiros e garante que não conseguiu reconhecer o assassino da namorada, que teria chegado a pé. “Lembro apenas que veio uma pessoa do lado da janela e efetuou os disparos”.

O vendedor também rebateu as acusações de que o relacionamento não era aceito pela família e amigos da vítima, como relatado no velório de Bruna. “Eu era de dentro da casa deles, assava carne e tomava cerveja com eles, como não aceitavam? Ia na casa da avó dela quase todo dia”, reforça o rapaz, que desde criança conhecia a namorada. Na época, Ewerton afirmou não saber quem matou Bruna.

Passagens – Conforme apurado pela equipe de reportagem, Ewerton possui várias passagens pela polícia entre 2007 e 2019. Conhecido como “Passarinho”, o homem soma registros de violência doméstica, calúnia, roubo majorado pelo emprego de arma, violação de domicílio, lesão corporal, furto, tráfico de drogas e dano. Por duas vezes – em 2008 e 2017 –, foi preso em flagrante.

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