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Capital

Dom Dimas se manifestará sobre 'Lei da Mordaça' e veto ao Pai Nosso em carta

Ricardo Campos Jr. | 04/04/2016 16:58

O arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, vai redigir uma carta aberta a toda sociedade com o parecer da comunidade católica sobre a chamada Lei da Mordaça e a medida que restringe, entre outras coisas, a oração do Pai Nosso nas escolas municipais da cidade. A instituição só vai se manifestar sobre o tema quando o documento estiver pronto.

Conforme a assessoria de imprensa da Arquidiocese da Capital, Dom Dimas está em Aparecida (SP) para a 54ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e por isso designou uma comissão encabeçada pelo padre Márcio Trevisan, colaborador da Paróquia Cristo Luz dos Povos, para reunir mais informações sobre a medida do poder público para ajudá-lo a elaborar o texto quando voltar.

Hoje a noite o grupo se reúne para discutir o tema. O local do encontro não foi divulgado. A carta deve vir a público até o fim da semana.

Polêmica – Uma recomendação do MPE (Ministério Público Estadual) vetando especificamente a oração do Pai Nosso nas escolas municipais, entre outros elementos. Além disso, existe ainda a chamada “Lei da Mordaça” foi aprovada na última semana pela Câmara Municipal e veta temas como sexualidade, religião e política nas escolas, ressuscita uma proposta de 2014.

O projeto é encabeçado pelo vereador Paulo Siufi (PMDB), em parceria com outros seis parlamentares. “Cabe aos professores ensinar matemática, português, ciências. A educação sexual e a religião deve ser ensinada pelos pais. Esses temas não devem ser discutidos em sala de aula por professores e pessoas que acham que entendem do assunto”, afirmou Siufi ao Campo Grande News na última quinta-feira.

A proposta ressuscita uma ideia de 2014, quando o então vereador Alceu Bueno apresentou o “Programa da Escola sem Partido”. O projeto não prosseguiu porque Bueno renunciou no ano passado, após denúncia de exploração sexual de adolescentes.

Plano – No ano passado, os vereadores da Capital aprovaram um Plano Municipal de Educação com perfil conservador. Na ocasião, católicos e evangélicos acompanharam a votação e protestaram contra os itens, que permitiriam a utilização do nome social e de banheiro por travesti, incluídos no item denominado "identidade de gênero".

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