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Capital

Donos de carro pivô de homicídio no Nova Lima prestam depoimento à polícia

O veículo Sentra teria sido dado para quitar uma dívida de um comprador com o sócio do autor dos disparos

Adriano Fernandes | 14/07/2017 15:54
Veículo pivô do homicídio estacionado na oficina onde houve o crime. (Foto: Yarima Mecchi)
Veículo pivô do homicídio estacionado na oficina onde houve o crime. (Foto: Yarima Mecchi)

Proprietária do veículo Sentra, preto, pivô da discussão que resultou na morte do tenente João Miguel Além Rocha, 50, pelo bairro Nova Lima, em Campo Grande, Maria Lena Barbosa Soares prestou depoimento a polícia, na última quinta-feira (13).

Acompanhada do marido, identificado apenas como Gilson, o casal deu mais detalhes de como começou o impasse entre a vítima e o autor, o sargento da Polícia Militar, César Diniz da Silva, 43 anos, no último dia (1°). Ele responde em liberdade pelo crime de homicídio.

Gilson teria comprado o veículo Sentra de João Miguel, mas não o pagou pelo negócio. O homem, por sua vez, também devia cerca de R$ 18 mil para um terceiro envolvido, chamado Adriano e que é sócio de Diniz em uma empresa de compra e venda de veículos.

Para sanar a dívida o rapaz então teria repassado o Sentra para Adriano sem informar João Miguel. Desde então ele estaria em busca do veiculo pelo bairro e até pesquisando por grupos de Whatsapp da PM com a intenção de recuperar o carro.

Ainda segundo a defesa da família de João Miguel, a vítima inclusive já teria questionado Diniz sobre o paradeiro do carro, antes do dia do crime. “Ele já tinha tentado resgatar este veículo com o próprio Diniz que disse que não sabia do veículo, mas que já tinha repassado para outra pessoa”, comentou a assistente da acusação contra o sargento, Luciana Abou Ghattas.

Foi quando o tenente teria descoberto que o carro estava na oficina e foi ao local tentar a retirada, no dia em que aconteceu o crime. 

Defesa – Sebastião Francisco dos Santos Júnior, advogado do sargento, reafirma que o cliente não conhecia a vítima até o dia do crime. “Meu cliente não conhecia a vítima e se por acaso, algum dia se encontraram ele também não se recorda”, comentou.

O Campo Grande News não conseguiu contato com o delegado Weber Luciano de Medeiros, responsável pelo caso para confirmar, por exemplo, se Adriano já prestou depoimento.

O caso - O tenente aposentado da PM João Miguel Além Rocha, 50 anos, morreu ao ser atingido por três tiros na frente de uma mecânica pelo sargento, César Diniz da Silva, 43, na tarde do último sábado (1).

Eles começaram a discutir e trocaram agressões por uma desavença na venda de um veículo Nissan Sentra, preto que Diniz alega ser seu. Houve os disparos e além de João Miguel, um rapaz que estava em uma bicicletaria na frente do local também acabou atingido.

Diniz, atualmente afastado do trabalho nas ruas por conta de problemas nos ligamentos do tornozelo, se apresentou à Polícia Civil e confessou o assassinato. Ele foi indiciado e responderá o crime de homicídio em liberdade pela falta de antecedentes. O jovem foi internado mas liberado sem maior gravidade.

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