Donos de casa alvo da PF moram fora do País e ação surpreendeu vizinhos
A Operação KRIMOJ (tradução de crime em Esperanto), deflagrada nesta manhã, tem como alvo uma rede de casas de apoio ao PCC
Vizinhos do casarão na Vila Bandeirantes, bairro da região central de Campo Grande, onde a PF (Polícia Federal) cumpriu mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (26) ficaram surpresos com a operação. Na quadra onde está a casa, os imóveis são quase todos comerciais. Mesmo assim, vizinhos nunca suspeitaram de alguma atividade criminosa no local.
Um empresário de 52 anos que mora próximo ao imóvel conta que conhece os donos do casarão. “Eles se mudaram para Londres e alugaram a casa”. Ele não soube dizer se os vizinhos negociaram a locação individualmente ou por meio de imobiliária.
O vizinho conta ainda que sempre via mulheres e crianças no local, mas nunca suspeitou de nada. “Nunca vi homem ali. Não tinha festa e nem barulho”.
Também numa oficina e numa fábrica de mesas sinuca, na mesma rua, ninguém tinha algo a dizer sobre a movimentação na residência.
Moradora - A reportagem tocou a campainha e foi atendida por uma das moradoras da casa. A jovem abriu o portão, confirmou que a PF esteve no imóvel pela manhã e se recusou a falar mais.
Perguntada se ela era de outro Estado, ela respondeu: “sou de fora, mas não vou falar com a imprensa”. O Campo Grande News também quis saber de onde ela vinha. “Não te interessa”, respondeu a moça e bateu o portão.
Enquanto o acesso estava aberto, na varanda, por possível ver outras mulheres e crianças.
A operação – A Operação KRIMOJ (tradução de crime em Esperanto), deflagrada nesta manhã, tem como alvo uma rede de casas de apoio à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo a investigação, o serviço em favor do crime também assiste a outras facções: CV (Comando Vermelho) e FDN (Família do Norte).
A ação cumpriu seis mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande. As investigações começaram em fevereiro de 2019, quando bilhetes com ameaças de morte a servidores públicos federais, por parte de membros do PCC, foram interceptados na Penitenciária Federal de Campo Grande.