Dos "elefantes brancos" da Capital, apenas Ernesto Geisel sairá da lista
Prefeito diz que obra na avenida deve ser finalizada em 2020; as outras, listadas por ele na categoria, dependem de recursos federais
Dívidas com fornecedores e folha de servidores em atraso costumam ser a herança deixada por muitos gestores para seus sucessores. São problemas emergenciais, que entram na lista prioritária das administrações públicas, que também tem de lidar com os temidos “elefantes brancos”, à vista da população e de difícil solução.
Para o Governo de MS, a dor de cabeça evidente é o Aquário do Pantanal, que teve as obras suspensas após deflagração da Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, e se arrastou após emperrar na Justiça. Agora, a administração diz que a licitação já está em vias de ser publicada para finalizar o projeto milionário.
Em Campo Grande, o prefeito Marquinhos Trad cita quatro edificações que se enquadram na categoria. “E nos foi deixada há muito tempo”, listando a Rotunda, localizada no Complexo Ferroviário, a antiga Rodoviária na Rua Dom Aquino, o Centro de Belas Artes, no Cabreúva, e a avenida Ernesto Geisel.
Apenas a avenida Ernesto Geisel deve sair da lista a curto prazo, segundo o prefeito. “Essa vamos terminar até 2020”, afirmou. Marquinho disse que a obra, orçada em R$ 49 milhões, mostra diferencial, já que as últimas chuvas não afetaram a estrutura em construção. Os temporais provocavam o transbordamento do Rio Anhanduí e o desmoronamento de parte da via.
As outras obras listadas por Marquinhos ainda devem permanecer na categoria “elefante branco” por um bom tempo. A Rotunda de Campo Grande, tombada nas esferas estadual, municipal e federal permanece no limbo, De acordo com a titular da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), Nilde Brum, a expectativa é de que apenas em 2020 a captação de recursos seja iniciada.
O Centro Belas Artes tem um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que prevê a finalização da obra em 2020, mas, é difícil acreditar que o serviço seja executado no prazo estipulado: o termo foi assinado em 2006 e já foi aditivado pelo menos quatro vezes, sendo projetada conclusão em pelo menos dois anos diferentes.
No caso da antiga Rodoviária da Capital, a prefeitura tenta garantir verba federal para executar o projeto, R$ 15,5 milhões em emendas dos deputados federais. O recurso foi aprovado em comissão ao orçamento, mas ainda precisa passar pelo plenário da Câmara Federal.
A perspectiva era recuperar os 6 mil m² de área pública, 11% da área, porque o restante pertence à associação de comerciantes do local. O serviço de transporte foi desativado há 10 anos, quando um novo terminal rodoviário foi aberto, na Avenida Gury Marques. "Sem recurso federal, não tem como mexer com a rodoviária", sentenciou o prefeito.