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Capital

Dupla que esquartejou e queimou casal é condenada a 53 anos de prisão

Uma terceira envolvida no crime foi absolvida por falta de provas; julgamento terminou no início da noite

Por Gustavo Bonotto e Ana Paula Chuva | 19/09/2023 21:14
Ana Carla Pereira e Alexandre de Oliveira Gimenes durante julgamento no Tribunal do Júri. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ana Carla Pereira e Alexandre de Oliveira Gimenes durante julgamento no Tribunal do Júri. (Foto: Henrique Kawaminami)

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Campo Grande condenou, na noite desta terça-feira (19), Ana Carla Pereira e Alexandre de Oliveira Gimenes pela morte de Pedro Vilha Alta Torres e Priscila Gonçalves Alves. A soma das sentenças chega a 53 anos de prisão. A terceira acusada, Grasieli Felix Ferreira, foi absolvida das acusações mesmo após confessar a participação no crime.

A sentença, lida pelo juiz Carlos Alberto Garcete, pontua que Alexandre foi condenado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. A fixação da pena em 36 anos levou em consideração a reincidência do réu, uso de arma de fogo e a tortura das vítimas.

Já Ana Carla recebeu a sentença de homicídio qualificado juntamente à ocultação, o que somou 17 anos de reclusão e 20 dias de multas vigentes, estabelecidas no pagamento de um sexto do salário mínimo vigente.

Mais cedo, os acusados optaram pelo silêncio em juízo. Alexandre, ao sentar no banco em frente aos jurados, negou todas as acusações alegando que "estão jogando a culpa nele por ser do Acre", estado onde nasceu e cresceu antes de se mudar para Mato Grosso do Sul.

“Estão dizendo que fui eu pra tirar o foco de quem foi. Isso é coisa de gente grande. Eu não tenho nenhum motivo para fazer isso não, se eu soubesse quem está por trás disso, eu diria”, afirmou.

Ana Carla Pereira de Oliveira, que cumpria a prisão domiciliar por ter dado à luz recentemente e estar amamentando, não prestou nenhum esclarecimento quanto às acusações.

O crime - O casal foi morto, esquartejado e queimado, antes de ser deixado às margens da BR-262, no dia 16 de agosto de 2021, em Campo Grande. No dia 15 de janeiro de 2022, as mulheres foram presas e um adolescente de 17 anos apreendido pelo crime. Os três foram detidos por policiais civis em Ribas do Rio Pardo, cidade a 98 quilômetros de Campo Grande.

A ideia dos envolvidos era matar, "picotar" o corpo do casal e depois espalhar pela cidade, mas tudo isso daria muito trabalho, então, decidiram queimar as partes. A motivação seria vingança, sob acusação de que Pedro e Priscila furtaram a casa de um traficante.

Pedro e Priscila estavam juntos há 12 anos. Se casaram escondidos e tiveram duas filhas. Conforme apurado pela reportagem, o relacionamento foi marcado pelo vício em drogas e por prisões do homem.

Pedro somava vários “pequenos crimes”, como ameaças, furtos, roubos, porte ilegal de arma. Tinha também uma condenação de sete anos e nove meses pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, consequência de processo de 1998.

Priscila e Pedro tiveram os corpos esquartejados, queimados e abandonados às margens da BR-262 e 163 (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Priscila e Pedro tiveram os corpos esquartejados, queimados e abandonados às margens da BR-262 e 163 (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Esse histórico de envolvimento dos dois com o tráfico de drogas, segundo o relato dos próprios parentes, os levaram a cometer pequenos furtos para manter o vício. Eles levavam eletrodomésticos da casa para comprar drogas e os crimes sempre acabavam em discussão.

Em uma das brigas deles, Pedro ameaçou comprar uma arma e matar os irmãos da sogra. Então, a mulher de 57 anos, mãe da Priscila, chegou a procurar a polícia para denunciar que vinha sofrendo constantemente com os crimes dentro de casa.

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