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Capital

Em assembleia, enfermeiros marcam manifestação para dia 8

Classe planeja manifestação pacífica na próxima quarta-feira (8), no Paço Municipal

Gustavo Bonotto e Jhefferson Gamarra | 01/03/2023 23:34
Presidente do sindicato, Ângelo Macedo e advogado, Márcio Almeida. (Foto: Alex Machado)
Presidente do sindicato, Ângelo Macedo e advogado, Márcio Almeida. (Foto: Alex Machado)

Reunidos em assembleia na noite desta quarta-feira (1º), trabalhadores da enfermagem da rede municipal de saúde definiram algumas ações na retomada dos trabalhos, além de manifestação marcada para o Dia Internacional das Mulheres (8).

De acordo com o presidente do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande), Angelo Macedo, as ações iniciais incluem assistência holística (corpo/mente/espírito) em conformidade ao código de ética da classe, além da suspensão do custeio de equipamentos utilizados durante o atendimento de traumas.

"Chegamos ao nosso trabalho totalmente automatizados. Quando começamos o nosso turno, ligamos no 220. A gente faz de tudo, e grande parte do que a gente faz, fazemos com produtos adquiridos por nós mesmos, seja um termômetro, um oxímetro, um estetoscópio. Tudo isso, sem valorização profissional", pontuou.

Macedo acrescenta que a classe deve se comunicar com a população e imprensa sobre o caos na saúde. "Precisamos trazer a tona todas as condições a quais nos submetemos e estamos sobrevivendo hoje. Isso está na nossa cultura. Precisamos divulgar para que o usuário entenda a nossa causa".

Para chegar a um acordo no qual a prefeitura cumpra o plano de cargos e carreiras previsto em lei desde 2020, a classe planeja uma manifestação próximo ao Paço Municipal na próxima quarta-feira (8). "Muitos servidores não entenderam o motivo da paralisação, por conta da parte jurídica. Eles tem medo dos cortes de ponto, pois é assim que a gestão consegue fazer uma manobra contra a enfermagem. É um jogo", concluiu.

Imbróglio - Na segunda-feira (27) a categoria paralisou os trabalhos nas unidades de Atenção Básica, que incluem UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) e Clínicas da Família.

Com a greve, não funcionaram os serviços de vacinação, aferição de sinais vitais para consultas eletivas, consultas de enfermagem, realização de curativos, trocas de sondas e outros procedimentos, coletas de preventivos, visitas domiciliares, trocas de receitas, coleta de materiais para exames, supervisão de agentes comunitários, notificações de doenças, dentre outros.

No mesmo dia, acatando a alegação de ilegalidade da greve protocolada pela Prefeitura de Campo Grande, o desembargador Paschoal Carmelo Leandro, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, determinou o retorno imediato ao trabalho dos servidores municipais ligados à área de enfermagem.

Na decisão, o magistrado pontuou que a paralisação dos serviços causa prejuízos “irreparáveis ou de difícil reparação na medida em que coloca em risco a saúde daqueles que eventualmente necessitarem de assistência por conta de enfermidade que forem acometidos, sendo dever dos profissionais da categoria dedicarem da melhor forma seus conhecimentos e habilidades para garantia do direito à saúde assegurado na Constituição Federal”.

Além da suspensão do movimento grevista orquestrado pelo Sinte/PMCG (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem do Município de Campo Grande), o desembargador impôs multa diária de R$ 10.000,00 em caso de não cumprimento.

Com o despacho, o sindicato acatou a ordem judicial para retornar aos atendimentos, trocando o movimento grevista para uma “operação tartaruga” nas unidades, com profissionais atuando em suas atribuições, sem desvios de função, o que era corriqueiro no sistema municipal de saúde.

“A enfermagem vai assumir somente aquilo que for de sua competência e área de atuação”, disse, informando que os profissionais não vão mais assumir responsabilidades que não são deles, como compra de oxímetros, aparelhos de pressão e outros equipamentos que deveriam ser disponibilizados pelo município. “O funcionário compra do próprio bolso para poder continuar suas atividades”, detalhou Angelo Macedo, presidente do sindicato em coletiva de imprensa.

Confira a assembleia, na íntegra:


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