Em época de festa caipira, bombeiros orientam sobre fogos de artifício
Em MS, 30 pessoas foram internadas por queimaduras de fogos entre 2008 e 2017
Em Mato Grosso do Sul, 30 pessoas foram internadas por queimaduras causadas por fogos de artifício. O levantamento é do CFM (Conselho Federal de Medicina) e o número é considerado baixo, já que alguns Estados registraram mais de 400 casos de internação.
Em época de festas juninas e Copa do Mundo, no entanto, o Corpo de Bombeiros orienta para o cuidado no manuseio dos fogos e bombas.
“A primeira orientação é adquirir em locais com certificado do Corpo de Bombeiros e Exército. Que comprem materiais de qualidade, que não estejam violados, tanto bomba, quanto rojões”, comentou o tenente Eduardo Tracz.
O tenente também afirma que as pessoas devem soltar os fogos em locais abertos, longe das crianças. Outra questão é o “efeito retardado”, que ocorre quando o rojão é acionado, mas não estoura. Segundo Tracz, é preciso aguardar ao menos 5 minutos antes de descartar o material.
O levantamento do CFM também aponta que homens representam maioria absoluta dos registros, com 4.245 internações ou 83% do total de casos. As mulheres respondem por 17% das ocorrências, com 853 internações.
O professor de matemática de Sidrolândia, a 71 km de Campo Grande, Leandro Oliveira dos Santos, 21, confirma a estatística. Ele sofreu queimaduras e amputações nas pontas dos dedos com uma “bombinha”. Ele está internado na Santa Casa desde sábado (2).
“Eu estava em casa, eu e um colega meu. Aí ele estava com uma bombinha. Aí ele foi brincar com ela, mas a intenção não era acender. Daí eu acendi e ele tentou se livrar dela, aí ele jogou na minha varanda perto dos meus cachorros. Eu estava com uma buchinha de lavar-louças. Aí eu fui lá pra não estourar nos cachorros, coloquei a buchinha em cima, com intenção de apagar, mas não apagou e estourou na minha mão”.
Os dados mostram que, nos últimos 21 anos, o Brasil registrou 218 mortes por acidentes com fogos de artifício, sendo 84 na Região Sudeste; 75 no Nordeste; 33 no Sul; e 26 no Centro-Oeste e no Norte. Além dos cerca de dez óbitos contabilizados todos os anos, a brincadeira pode provocar queimaduras, lesões com lacerações e cortes, amputações de membros, lesões de córnea ou perda da visão e lesões auditivas.