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Capital

Empresa descarta investir na conclusão do Aquário do Pantanal

Grupo vencedor de licitação para gerir o empreendimento por 25 anos diz que entregará diagnóstico do projeto e soluções para financia o término até o fim de fevereiro

Anahi Zurutuza e Ricardo Campos Jr. | 11/01/2017 15:10
Aquário do Pantal, no Parque das Nações Indígenas; obra está parada (Foto: Marcos Ermínio)
Aquário do Pantal, no Parque das Nações Indígenas; obra está parada (Foto: Marcos Ermínio)

O Grupo Cataratas, que administra diversos pontos turísticos famosos pelo Brasil e venceu a licitação para gerir o Aquário do Pantanal, confirma que se comprometeu com o governo do Estado a buscar alternativas para a conclusão da obra o mais rápido possível, mas descarta qualquer possibilidade de financiar o término do empreendimento. Até o fim de fevereiro, a empresa entregará diagnóstico sobre o projeto contendo alternativas para finalizar a construção de forma mais rápida e com menor custo.

A administração estadual estima que para concluir a obra serão necessários ao menos mais R$ 50 milhões, fora os R$ 18 milhões que o governo tem em caixa destinados ao empreendimento e, por isso, está em busca de recursos. “Estamos conversando principalmente com o Cataratas, para ver se juntos buscamos uma alternativa para conclusão. Num momento de crise, você não tem R$ 50 milhões para concluir o Aquário”, disse o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em entrevista ao Campo Grande News no dia 27 de dezembro.

Nesta semana, o secretário de Infraestrutura Marcelo Miglioli confirmou que o governo depositou as esperanças no Grupo Cataratas. “Eles estão fazendo um estudo para ver se a gente encontra uma forma de trabalhar o término do Aquário através de uma equação, uma vez que eles são parte interessada, porque querem explorá-lo”.

A empresa confirmou ter conversado com o governador e que não abandonou a intenção de administrar o empreendimento, assim que o mesmo estiver pronto. “Não há financiamento das obras. O Grupo Cataratas foi procurado no fim do ano passado pelo Governo de Mato Grosso do Sul para contribuir com ideias e fazer ajustes no projeto e ratifica o interesse em assumir a operação após a conclusão das obras”, informou o Grupo Cataratas por meio de nota.

A empresa venceu licitação em dezembro de 2014 para gerir o Aquário do Pantanal por 25 anos em troca da exploração do empreendimento por meio da venda de ingresso e até produtos com a futura marca.

O grupo já trabalha na administração do Parque Nacional das Cataratas do Iguaçu, daí nome, e também do Aquário Marinho do Rio de Janeiro, do Zoológico do Rio e do Marco das Três Fronteiras.

Depois de mortandade, peixes ganharam melhores condições de infraestrutura (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Depois de mortandade, peixes ganharam melhores condições de infraestrutura (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Impasse judicial – A falta de recursos não é o único problema. Há ainda o impasse judicial relacionado ao que foi gasto com a obra, que já custou aos cofres estaduais ao menos R$ 230 milhões. O contrato inicial com a Egelte Engenharia Ltda. previa a construção do Aquário com R$ 84 milhões, mas o mesmo já foi aditivado em 25%, o máximo permitido pela legislação.

O governo acionou o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e MPE (Ministério Público do Estado) e também tenta autorização do Judiciário para fazer mais aditivos ao contrato. Caso contrário, nova licitação terá de ser aberta para buscar interessados em assumir a obra do ponto em que ela está.

Apesar das dificuldades, segundo Miglioli, “a meta do governo é encontrar alternativas para terminar o Aquário em 2017”.

Enquanto a obra, nos altos da avenida Afonso Pena, segue sem data para conclusão, os peixes são mantidos em galpões no Parque das Nações. A “quarentena” dos animais deixou para trás o histórico de mortandade em massa e de infraestrutura precária. Contudo, o bem-estar dos 7,2 mil peixes, divididos em 160 espécies, custa R$ 50 mil por mês.

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