Equipe da Fiocruz implanta na Capital exame que detecta zika, diz secretário
O secretário Municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, afirmou no início da manhã de hoje (22), que uma equipe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), está em Campo Grande desde sexta-feira (19), para implantar exame que detecta o zika vírus. O grupo formado por oito pessoas permanece na Capital até amanhã (23).
Porém durante a entrevista concedida ao Bom Dia MS, da TV Morena, o secretário deu informações imprecisas e divergentes. Ele afirmou que Campo Grande desenvolve uma nova metodologia para detectar o vírus e em outro momento disse o município obedece os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que ainda não liberou a realização do exame em Mato Grosso do Sul.
“Não existe referência e protocolo em nível nacional para o zika, então nós tomamos a iniciativa de desenvolver uma metodologia. Todos os casos suspeitos estão sendo registrados e esta parceria com a equipe de profissionais da Fiocruz esta trabalhando para que os testes sejam feitos aqui (Campo Grande)”, afirmou.
Outro problema é que, ao contrário do que foi informado pelo secretário, os casos suspeitos de zika vírus não eram notificados até quinta-feira (18), quando o Ministério da Saúde tornou obrigatória a medida.
Fonseca não soube informar com exatidão o local onde o grupo da Fiocruz estaria atuando há três dias. Ele disse primeiro que os profissionais trabalham na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, e em seguida afirmou que estavam no Hospital Dia. É no Cedip (Centro de Doenças Infecto-parasitárias) – onde funciona o Hospital Dia – , ao lado da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Nova Bahia, que as gestantes com suspeita de zika são monitoradas na Capital.
Ele também deu informações divergentes para explicar como será feito o diagnóstico, por intermédio do exame que deve confirmar o zika vírus. “É uma situação nova no País, dependemos principalmente do Ministério da Saúde e estamos seguindo o que foi definido, encaminhamos para São Paulo, que fecha o diagnóstico”, disse Fonseca, logo após afirmar que os exames seriam feitos na Capital.
Em Mato Grosso do Sul é realizado apenas o exame que confirma dengue. Atualmente as amostras de sangue de pessoas com suspeita de estarem com o zika vírus são encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP) - que concretiza o diagnóstico da doença. Porém os exames levam até 40 dias para ficarem prontos. Já os de chikungunya seguem para o Instituto Evandro Chagas, em Ananindeua (PA).
Mudança – O Ministério da Saúde tornou obrigatória a notificação dos casos de zika vírus, na quinta-feira (18). Isso significa que todas as secretarias municipais e estaduais deverão informar ao Governo Federal todas as vezes que um paciente apresentar os sintomas da doença ou tiver confirmada por exames a presença do vírus no organismo.
A medida deve ajudar a organizar as ações de combate ao vetor, uma vez que apontarão os locais com maior incidência do problema, e também contribuir na elaboração de estatísticas mais seguras sobre o número de doentes.
Conforme o secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Nelson Tavares, aproximadamente 80% dos casos de zika são notificados no Estado, o que leva a crer que o número de infectados seja bem maior.
No mesmo dia ele anunciou que a pasta irá elaborar boletins epidemiológicos separados com dados sobre a dengue e zika. As informações de casos notificados e confirmados serão divulgadas separadamente a partir da próxima semana.
Segundo a tabela do Ministério da Saúde, estados e municípios têm uma semana para informar o Governo Federal sobre casos agudos da doença e até 24 horas para comunicar suspeitas em gestantes e mortes que podem estar ligadas ao zika ou que já tenham sido atribuídas ao zika por meio de exames.
Dados – Campo Grande registra um total de 9.367 casos notificados de dengue em 2016. Foram 8.699 casos em janeiro – com 275 confirmações, 4 pacientes graves e duas mortes – e 699 em fevereiro. Também foram registrados 986 casos notificados de zika (817 em janeiro e 169 em fevereiro), com 11 casos confirmados no mês passado. Já a chikungunya tem 98 casos, 86 em janeiro e 12 em fevereiro.