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Capital

Filhos voltam para sala cheios de conselhos de pais apreensivos diante da covid

Apesar do medo da covid, retorno dos jovens para as escolas foi bem recebido pelos pais

Nyelder Rodrigues, Caroline Maldonado e Cristiano Arruda | 02/08/2021 08:40
Dona Annete revela vários conselhou que fez para a filha nesse retorno das aulas presenciais (Foto: Marcos Maluf)
Dona Annete revela vários conselhou que fez para a filha nesse retorno das aulas presenciais (Foto: Marcos Maluf)

A segunda-feira (2) é marcada pelo retorno dos estudantes às salas de aula das escolas estaduais em todo o Mato Grosso do Sul, com bastante movimentação de adolescentes no transporte coletivo e arredores do colégios. Obrigatória, a volta às aulas presenciais trouxe apreensão aos pais, que não pouparam nos conselhos.

"Falei para ela não tirar a máscara, não dividir o material com ninguém e nem abraçar os colegas por maior que seja a saudade. Não tivemos nenhum familiar com covid, mas temos muito medo de pegar", conta Annete Costa de Moraes, de 58 anos, e que acompanhou a filha de 16 até a escola Hércules Maymone - ela mora próximo dali.

Apesar da apreensão, ela gostou do retorno às aulas presenciais. "Em casa o estudo não estava muito bom. Minha filha queria tirar dúvida, mas, às vezes, a professora não estava disponível, e isso dificultava muito. Só precisa ver se vão revisar conteúdo antigo ou já passar novo. Se for só novo, vai confundir tudo".

Quem também confessou apreensão com o retorno foi o eletricista Silvano Alves, de 56 anos, pois os jovens da faixa etária escolar ainda não estão vacinados. "Meu conselho para a minha filha foi se cuidar e se prevenir com todas as recomendações que já sabemos de cor e salteado", diz o pai da aluna do 2º ano do Hércules.

O eletricista ainda completa que o momento é de apreensão e espera que não tenha sido uma decisão errada o retorno obrigatório para as aulas presenciais. "Mas não tem jeito, tem que voltar mesmo sendo arriscado", finaliza.

Kauanny é estudante e também mãe e revelou preocupação com retorno, apesar de gostar do mesmo (Foto: Marcos Maluf)
Kauanny é estudante e também mãe e revelou preocupação com retorno, apesar de gostar do mesmo (Foto: Marcos Maluf)

"Sou super a favor em voltarem com as aulas presenciais, primeiro porque na escola eles aprender mais, o aproveitamento é muito maior que em casa", frisa a autônoma Evelyn Valejo Moro, de 38 anos. "Hoje vim aqui ver como estava o movimento, meu filho vai vir só amanhã, porque chegou há pouco de viagem".

Porém, opinião contrária apresenta Eugênia Francisca, servidora pública de 52 anos. "No meu caso, como mãe, seria melhor ficar em casa mesmo. Meu filho conseguiu se adaptar muito bem as rotinas diária de estudo em casa. Fico com receio em voltar, mas já avisei sobre os cuidados que ele deve ter".

Kauanny Pereira Dias, de 16 anos e aluna do Vespasiano Martins, foi sozinha para a aula e conta que os pais gostaram do retorno, já que ela estava com dificuldade em algumas matérias, principalmente, matemática. Mas nem isso a livrou dos conselhos para se prevenir e evitar o contágio pela covid-19.

"O conselho dos meus pais foi para usar a máscara, não deixar de usar o álcool nas mãos, não abraçar ninguém e usar o próprio copo, sem compartilhar", revela Kauanny, que também é mãe e também se preocupa. "A gente tem que se prevenir. Tenho uma filhinha de um aninho e me preocupa um pouco esse retorno".

Alunos encontram aferimento da temperatura feito nos braços e várias medidas de biossegurança ao voltarem para a escola (Foto: Marcos Maluf)
Alunos encontram aferimento da temperatura feito nos braços e várias medidas de biossegurança ao voltarem para a escola (Foto: Marcos Maluf)

Já Kezia Keren Pereira, de 15 anos e estudante do 1º ano do Ensino Médio também do Vespasiano, contou com conselho inusitado da mãe. "Ela disse para eu aproveitar e fazer amizades", destaca a jovem. "Mas tudo isso de longe e com cuidado. Temos que saber os limites, manter distanciamento e usar máscara".

Quanto ao retorno em si, ela frisa que gostou, assim como seus pais, afinal, o estudo remoto apresentou dificuldades. "Meus pais acharam ótimo. Estava muito difícil estudar sem professor por perto", destaca a jovem.

"Ela sempre me dá conselhos, passou o tempo todo me lembrando de acordar cedo e assistir a aula remota. O principal conselho agora para esse retorno presencial foi para prestar atenção na aula", conta outro estudante, Carlos Eduardo Annes.

Ao contrário do adolescente de 15 anos, a mãe de Edson Claudio Marquez, de 17 anos, ficou contrariada com a volta às aulas. "Ela ficou chateada pois é obrigatório e ainda não estamos vacinados", diz o rapaz, perto da entrada.

Nas escolas visitadas pela reportagem - Hércules Maymone, Vespasiano Martins e Neyder Costa -, a entrada dos alunos ocorreu sem problemas e aglomerações nessa manhã. Todos foram acolhidos pelos servidores da educação e tiveram que passar por aferimento de temperatura antes de entrar nos colégios.

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