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Capital

Governo quer união entre estados para troca de informações sobre facções

José Carlos Barbosa quer ampliar atuação contra crime organizado utilizando banco de dados dos vizinhos e agendando operações conjuntas com outros dois estados além de Mato Grosso e Paraná

Rafael Ribeiro | 16/02/2017 13:34
Barbosa (centro) ao lado do governador e do novo comandante-geral da PM em evento nesta manhã (Foto: Marcos Ermínio)
Barbosa (centro) ao lado do governador e do novo comandante-geral da PM em evento nesta manhã (Foto: Marcos Ermínio)

O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, quer integrar os estados de Goiás e Minas Gerais à aliança formada com os vizinhos Mato Grosso e Paraná para troca de informações sigilosas das investigações policiais sobre a atuação das facções criminosas – principalmente PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho.

Desde o fim de janeiro, os três estados fazem troca de informações sigilosas sobre seus bancos de dados sobre o crime organizado. Na última semana, inclusive, policiais de Mato Grosso do Sul estiveram nas sedes policiais mato-grossenses para encaminhar a unificação dos sistemas.

O objetivo de Barbosa é integrar Goiás e Minas Gerais no grupo, unificando cada vez mais os serviços de inteligências. “Só com esse tipo de trabalho podemos identificar as lideranças das facções criminosas e combater esses grupos”, disse o secretário, na manhã desta quinta-feira (16), durante a troca de comando da Polícia Militar.


O combate a PCC e Comando voltou a ficar em evidência após a execução de um homem de 25 anos ser filmada a mando de um detento, na última terça-feira (14). Richard Alexandre Lianho foi morto com um ao menos cinco tiros e teve os braços decepados. A ação foi toda registrada. O crime pode ter sido motivado pela guerra de facções.


“O crime organizado mão conhece divisas e fronteiras”, disse Barbosa. “Nossas polícias precisam trabalhar de forma integrada para identificar e agir conjuntamente.”


Encontro – Uma nova reunião entre os secretários da segurança pública de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná está marcada para acontecer no fim de março, novamente na Academia da Polícia Civil, no Parque dos Poderes. Segundo Barbosa, a proposta de oferecer a adesão de Goiás e Minas Gerais será discutida.


O encontro também servirá para avaliar o desempenho da integração e o planejamento das primeiras operações conjuntas, consideradas vitais para que resultados práticos da aliança possam ser alcançados.


“Na medida que ocorre um crime semelhante a algum dos estados, principalmente em áreas próximas de divisas, vamos ter a agilidade necessária para troca de informações e atuação. Por isso é essencial conversarmos com todos os nossos vizinhos”, disse Barbosa.


Além da atuação estadual, os secretários voltarão a discutir formas de cobrarem ajuda federal na fronteira. Barbosa conversou ontem com representantes das polícias boliviana e paraguaia que foram à posse do coronel Waldir Ribeiro Acosta, mas a cobrança da presença das Forças Armadas será refeita.


O secretário também repassará aos colegas a experiência da operação feita em conjunto com o Exército no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, considerada um sucesso. “Mostrou uma sinergia boa aqui no estado, que deve ser ampliada. Temos um ano de convênio para definir mais ações do tipo e elas acontecerão”, disse.

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