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Capital

Greve de médicos reduz perícias e segurados do INSS perdem a viagem

Flávia Lima | 08/09/2015 14:32
Com escala reduzida, agências mantém entre 2 e 4 peritos e alguns processos precisam ser reagendados. (Foto:Marcos Ermínio)
Com escala reduzida, agências mantém entre 2 e 4 peritos e alguns processos precisam ser reagendados. (Foto:Marcos Ermínio)
Genilda Natália não conseguiu passar por perícia e precisou reagendar o atendimento. (Foto:Marcos Ermínio)
Genilda Natália não conseguiu passar por perícia e precisou reagendar o atendimento. (Foto:Marcos Ermínio)

Primeiro balanço da paralisação dos médicos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em Mato Grosso do Sul aponta que 86% da categoria aderiu ao movimento, que teve início em todo o país na sexta-feira (4). Ao todo, são 97 médicos em todo o Estado. Só na Capital são 67 profissionais.

Os serviços que estão sendo mais prejudicados são a concessão e a renovação dos benefícios por incapacidade, como o auxílio doença e a aposentadoria por invalidez.

Segundo o delegado da Associação Nacional dos Peritos do INSS, George Martins, serão mantidos os 30% dos médicos nas agências para garantir os atendimentos já agendados via telefone através do número 135.

No entanto, ele explica que alguns agendamentos podem ser remarcados devido a escala de greve. “Pode acontecer da pessoa cair com um perito que não esteja escalado para trabalhar no dia. Nesse caso é preciso fazer outro agendamento”, afirma.

Foi o que ocorreu com a autônoma Genilda Natália, que em janeiro sofreu um acidente enquanto descia de um ônibus na Capital e acabou sendo prensada pela porta de desembarque. Como ainda estava afastada devido a um outro processo, não conseguiu realizar a perícia referente ao acidente com o ônibus.

Ela havia agendado atendimento para esta terça-feira (8) na Agência Pantanal, localizada próximo ao Horto Florestal, porém precisou remarcar o agendamento para dia 28 já que, segundo servidores, o perito que deveria atendê-la não estava trabalhando. No local trabalham dez peritos, mas hoje apenas três estavam trabalhando.

Já a auxiliar de serviços gerais, Nadir dos Santos, conta que tem conseguido renovar o benefício desde que sofreu uma cirurgia no pé, há um ano. “Venho todo mês para passar pela perícia e não estou encontrando problema”, diz.

Na tentativa de minimizar os prejuízos aos segurados, George Martins explica que a categoria entrou com ação no Ministério Público Federal para garantir a concessão dos benefícios sem a necessidade de perícia durante o período de greve .“Não queremos prejudicar a população. Esperamos que nosso pedido seja atendia”, frisa.

De acordo com George, 14 agências que compreendem a gerência de Campo Grande, que abrangem ainda Corumbá e Três Lagoas, estão funcionando com escala reduzida de peritos nesta terça-feira (8) e amanhã o número deve permanecer o mesmo.

Os peritos decidiram aderir a greve dos servidores do INSS somente após dois meses do início da paralisação porque as negociações com a categoria começaram após o movimento grevista.

A pauta principal dos peritos é formada por três pontos principais. O primeiro é a reposição das perdas inflacionárias de 27%, além de redução da carga horária de 30 para 40 horas semanais.

Os profissionais também pedem abertura de concurso para suprir o déficit, que no Estado é de 20 peritos. Conforme George Martins, em Mato Grosso do Sul 12 agências não tem médicos, obrigando o segurado a se dirigir a outro município. Na gerência de Campo Grande, oito agências não contam com peritos.

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