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Capital

Grupo nega boato sobre venda de combustível e aguarda caminhões da Petrobras

Empresária afirma que Grupo APN não autorizou veiculação de mensagem e aguarda liberação de caminhões em distribuidora que havia sido cercada por motoristas

Humberto Marques e Mirian Machado | 26/05/2018 09:32
Polícia Militar já esteve em acesso à distribuidora da Petrobras. (Fotos: Fernando Antunes)
Polícia Militar já esteve em acesso à distribuidora da Petrobras. (Fotos: Fernando Antunes)

Nenhum funcionário ou diretor do Grupo APN emitiu mensagens via aplicativos ou redes sociais informando sobre a disponibilidade de combustíveis a partir das 6h deste sábado (26). A informação partiu da empresária Annelise Jardim, representante do grupo, ao considerar uma “brincadeira de mau gosto” a veiculação do boato que, durante a manhã, levou várias pessoas às empresas do grupo na esperança de conseguirem encher os tanques.

“(A mensagem) Não partiu do grupo, não sabemos de onde partiu essa brincadeira. Como iríamos abrir às 6h sendo que não recebemos combustíveis?”, afirmou a empresária. “Nossos postos estão sem combustíveis, são 135 postos nessa situação em Campo Grande”, emendou Annelise, que já veio a pública pedir desculpas aos clientes pelo que qualifica como “uma brincadeira de mau gosto”.

Como outros empresários do setor, o Grupo APN está na expectativa do cumprimento da liminar expedida na noite de sexta-feira (25) que ordenou a desobstrução da entrada das distribuidoras da Petrobras e Raízen (Shell). Motoristas de aplicativos de transporte, que apoiam a greve dos caminhoneiros –motivada pela política de alta de preços adotada pela estatal de petróleo e gás–, concentraram-se na região e impediam a passagem dos veículos.

A expectativa do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul) é de que, com a liminar, alguns postos da Petrobras voltem a ter combustíveis ainda neste sábado.

Motoristas se concentram em postos onde ainda há estoques; reportagem identificou 5 locais
Motoristas se concentram em postos onde ainda há estoques; reportagem identificou 5 locais

Liminar – Ainda na noite de sexta, equipes da Polícia Militar de Trânsito e oficial de Justiça notificaram os condutores que estavam estacionados próximo à base da Petrobras, na Vila Eliane –região da Nova Campo Grande–, informando que os bloqueios estavam proibidos. Os condutores, então, estacionaram lateralmente na via de acesso à distribuidora: embora seja possível a passagem de pequenos veículos, a circulação de caminhões-tanque exigiria atenção redobrada de seus motoristas.

“Os motoristas abraçaram a causa dos caminhoneiros”, afirmou Annelise, segundo quem um caminhão do APN aguarda na distribuidora para sair –na empresa, informações extraoficiais indicam que a Petrobras se responsabiliza pela integridade dos veículos apenas na área interna da empresa. “Precisamos que a polícia escolte os caminhões para os seus destinos”, afirmou a empresária, temerosa quanto a agressões.

Embora a liminar esteja em vigor, há a previsão de que o combustível estocado na distribuidora seja liberado mediante cotas, sendo insuficiente para mitigar a situação no Estado –onde mais de 45 municípios registram desabastecimento de combustíveis. Nesta manhã, o Campo Grande News identificou que ainda havia estoques em pelo menos cinco postos da cidade.

A greve dos caminhoneiros avança neste sábado para seu sexto dia. Até aqui, propostas do governo federal para reduzir, mesmo que temporariamente, o preço do diesel vêm sendo rejeitadas pelos manifestantes.

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