Combustíveis acabaram em 135 dos 148 postos de Campo Grande
Sinpetro-MS informou que, até as 11h desta sexta-feira, apenas 13 estabelecimentos ainda tinham estoques à venda; alegação é que gasolina, etanol e diesel foram “represados”
Dos 148 postos em operação em Campo Grande, 135 estavam sem combustíveis até as 11h desta sexta-feira (25) –o que representa 91% do total. O desabastecimento é reflexo da greve dos caminhoneiros, que desde segunda-feira (21) impede a saída de veículos das distribuidoras para a entrega de gasolina, etanol e óleo diesel às bombas.
O cenário pode ser ainda pior, já que a procura por combustíveis segue alta na Capital e os 13 postos que ainda tinham combustível até o fim da manhã também não estão recebendo novos carregamentos. A reportagem não conseguiu levantar os nomes dos estabelecimentos.
Os dados partiram do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), que está acompanhando a situação dos revendedores de combustíveis.
Conforme a assessoria da entidade, a falta de combustíveis é resultado dos bloqueios feitos por manifestantes na entrada das distribuidoras, que têm estoques à disposição, represando os caminhões-tanque para que não entrem ou saiam dos locais.
Na Vila Eliane –região da Nova Campo Grande–, o bloqueio se concentra em frente ao depósito da Petrobras, que abastece postos da marca e outros que funcionam sem bandeira, sendo iniciado por motoristas de aplicativos de transporte.
A situação, porém, estende-se a outras empresas do ramo. A reportagem confirmou que caminhoneiros também bloqueiam a entrada do centro de distribuição da Taurus –que atende apenas postos da bandeira– no trecho do anel viário de Campo Grande próximo às Moreninhas.
Na quinta-feira (24), a Petrobras Distribuidora confirmou, via assessoria, que recorreria a medidas judiciais para garantir a saída de veículos de suas unidades pelo país. Nesta manhã, o governo federal autorizou o uso das Forças Armadas para desobstruir estradas bloqueadas pelo movimento dos caminhoneiros –o movimento paradista recusou a proposta de redução temporária de impostos sobre o óleo diesel para dar fim ao movimento.
A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) informou que Mato Grosso do Sul é um dos Estados com o maior número de vias bloqueadas por manifestantes: nesta manhã havia 58 pontos de interrupção de tráfego em rodovias e trechos urbanos.