Homem que matou um e deixou outro paraplégico diz que evitou estupro
André de Freitas Santos matou rapaz em conveniência em 2021, na Capital, e diz que só defendeu a esposa
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Em novo depoimento na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande nesta segunda-feira (15), Valdinei de Lima Ferreira, de 31 anos, que assassinou André de Freitas Santos, de 27 e deixou outro rapaz paraplégico, disse que o crime aconteceu após receber mensagem do celular da esposa, encaminhadas pelas vítimas com uma ameaça de estupro.
A versão até então não havia sido apresentada à polícia. Questionado pela própria advogada, Hérika Cristina dos Santos, ele afirmou que não contou antes para não expor a companheira.
Segundo Valdinei, tudo começou porque no dia do crime o casal havia combinado de dormir na casa da sogra, mas quando chegou lá, a mulher não estava na casa da mãe e ele encontrou o bebê de 1 ano chorando. Ao ir até o estabelecimento que a esposa fazia um curso, foi informado que ela estava comemorando com a turma em uma conveniência.
O assassino conta que quando foi até o bar a mulher já estava bêbada. "Cheguei lá de boa e perguntei se ela achava certo deixar nosso filho chorando enquanto ela bebia, depois chamei ela para ir embora", relata, dizendo que Paulo Sérgio e André tomaram frente da situação falando que ela não iria com ele.
De acordo com Valdinei, ele foi para casa e minutos depois recebeu uma mensagem do celular da esposa, a qual acredita ter sido encaminhada pelas vítimas. "Me chamavam de corno e diziam que iam comer minha mulher porque ela já estava bêbada e estava facinha. Como eu sabia que ela estava bêbada mesmo, decidi voltar lá", conta.
Sem intenção de matar, Ferreira encontrou um amigo no meio do caminho e pediu que emprestasse a arma. Em primeiro momento o homem até negou, mas depois o ensinou a manusear a pistola.
Segundo Valdinei, assim que chegou na conveniência André se levantou e ele achou que a vítima iria atirar, foi quando ele apertou o gatilho e acabou matando o jovem.
Quando baleou André, a mulher bateu em sua mão e ele acabou atirando em Paulo Sérgio. Em todo momento, o réu negou ser ciumento, sustentando que era ele quem ajudava a companheira a seguir com o curso, pagando o combustível e dando apoio.
Diante do Juiz Carlos Alberto Garcete, responsável pelo caso, ele se disse muito arrependido. " Se eu pudesse voltava atrás. Acabei com a vida dele, da minha família e minha vida", disse.
O caso - O crime aconteceu no dia (17) de dezembro 2021, em uma conveniência no Bairro Paulo Coelho Machado. Sérgio e André participavam de confraternização de grupo de estudantes de um curso de eletricista, quando Valdinei chegou na conveniência. O homem teria dado pelo menos 4 disparos nas vítimas e fugiu na sequência.
Uma funcionária da conveniência chegou a fazer técnica de reanimação em André, atingido por dois tiros, um deles no tórax. No entanto, o rapaz não resistiu e morreu no local.
Imagens do circuito interno de segurança mostram o momento do crime. No vídeo, é possível ver que o autor chega em uma moto, de bermuda, chinelo e camiseta. Sem tirar o capacete e, em menos de 15 segundos, o homem se aproxima do deck de madeira da conveniência, apoia um dos pés na mureta, atira e foge subindo de volta na motocicleta.
Principal testemunha do crime, uma mulher contou que é ex-companheira de Valdinei e que ele não teria gostado de vê-la acompanhada de outros homens, e por isso, teria atirado contra Sérgio e André.