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Capital

Igreja levanta bandeira da compaixão e prepara ações contra suicídios

Campanha da Fraternidade destaca periferia existencial e traz o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”

Aline dos Santos e Fernanda Palheta | 26/02/2020 11:24
Campanha da Fraternidade se inspira na parábola do bom samaritano para pedir compaixão. (Foto: Marcos Maluf)
Campanha da Fraternidade se inspira na parábola do bom samaritano para pedir compaixão. (Foto: Marcos Maluf)

A Campanha da Fraternidade, divulgada nesta Quarta-feira de Cinzas pela Igreja Católica, se inspira na parábola do bom samaritano para pedir compaixão, em especial para quem está na periferia existencial, e mobilizar ações de prevenção ao suicídio. A igreja prepara o Ministério da Escuta e se organiza para oferecer uma capacitação à distância para prevenção a suicídio.

Com o tema “Fraternidade e Vida”, a edição 2020 da campanha tem o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, que é inspirada na parábola do bom samaritano, narrada no Evangelho de Lucas.

Na passagem bíblica, Jesus Cristo é questionado por um homem sobre quem é o seu próximo. Ele responde com uma parábola onde conta que um homem foi assaltado e jogado às margens de uma estrada. Três pessoas passam pela vítima, um sacerdote, um levita e um samaritano. Mas somente o último, que não era bem-visto por ser estrangeiro, teve compaixão e prestou ajuda.

“Neste ano, a ideia é chamar a atenção para as pessoas parar, ter compaixão e agir”, afirma dom Dimas Lara Barbosa, arcebispo de Campo Grande. De acordo com o bispo, a quaresma, que começa hoje, é um tempo de conversão, seja pessoal, familiar ou em comunidade. Na Capital, a Igreja Católica vai reforçar ações iniciadas em 2018.

“Vamos transformar o curso de combate ao suicídio em ead (educação à distância), estamos no processo de construção da grade curricular. E também da elaboração do Ministério da Escuta. A igreja vai ter espaço físico, com pessoas preparadas para ouvir as outras”, afirma dom Dimas. Ainda não tem a previsão de quando o Ministério da Escuta será ativado.

"Podem ter pessoas que moram em condomínio de luxo e também estão passando por problemas existenciais gravíssimos", diz dom Dimas. (Foto: Marcos Maluf)
"Podem ter pessoas que moram em condomínio de luxo e também estão passando por problemas existenciais gravíssimos", diz dom Dimas. (Foto: Marcos Maluf)

“O papa Francisco tem insistido para que sejamos uma igreja samaritana. Além de ter esse olhar para as pessoas com pobreza material, temos que olhar para as periferias existenciais. Podem ter pessoas que moram em condomínio de luxo e também estão passando por problemas existenciais gravíssimos”, alerta o bispo.

Destacando a compaixão como antídoto ao egoísmo, dom Dimas exemplifica a periferia existencial no caso dos idosos. “Muitas vezes, os avós estão na mesa, comendo com a família. As pessoas estão conversando sobre o que fazer com ele, mas nunca é consultado, apenas notificado”.

A Campanha da Fraternidade será lançada na manhã do próximo domingo (primeiro de março), no Ginásio Poliesportivo Dom Bosco. Segundo o coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Vander Casemiro, a expectativa é reunir cinco mil pessoas durante missa.

Santa Dulce dos Pobres – O cartaz da Campanha da Fraternidade traz a imagem de irmã Dulce, que foi canonizada no ano passado e se tornou Santa Dulce dos Pobres. Com imagem da Bahia ao fundo, a santa aparece rodeada de pessoas negras e brancas: idosa, crianças, adultos. “A irmã Dulce é um grande ícone. A vida dela é uma prova de como se doou”, afirma o bispo auxiliar Mariano Danecki.

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