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Capital

Imagems mostram “ambiente confinado" dentro de call center

Eles reclamam das condições de trabalho diante da pandemia do coronavírus em um dos prédios da empresa Brasil Telecom

Geisy Garnes e Liniker Ribeiro | 20/03/2020 17:25
Prédio em que os funcionários trabalham na Vila Rica (Foto: Direto das Ruas)
Prédio em que os funcionários trabalham na Vila Rica (Foto: Direto das Ruas)

Funcionários da Brasil Telecom Call Center/Oi voltaram a reclamar das condições de trabalho diante da pandemia do coronavírus em um dos prédios da empresa, localizado na Vila Rica, em Campo Grande. Na tarde de ontem, eles paralisaram os serviços por 40 minutos como forma de protesto, ouviram promessas de melhorias, mas ao voltarem ao serviço nesta sexta-feira, 20 de março, encontraram tudo igual.

Os problemas principais, contam os funcionários, são a quantidade de gente no mesmo ambiente, trabalhando todos muito próximos e sem qualquer produto básico para a higienização, como o álcool em gel recomendado pelos especialistas para evitar a contaminação com o vírus.

Em um vídeo enviado ao Campo Grande News é possível ver o local de trabalho dividido pelos funcionários. Uma funcionária, que preferiu não se identificar, conta que os equipamentos são compartilhados e que sequer há produto para limpeza deles.

O refeitório é outro problema, segundo ela. Além de muita gente se reunir no mesmo lugar, todos os eletrodomésticos também são compartilhados: micro-ondas, televisão, geladeira. A funcionária denúncia também a falta de limpeza do ambiente. “A empresa responsável pela limpeza é terceirizada e a maioria das funcionárias são de idade, acreditamos que foram dispensadas. Não vimos mais elas aqui”.

Outro funcionário, que também não quis aparecer, contou que terminou o expediente ontem com a promessa de que as cadeiras seriam distanciadas, mas ao chegar para trabalhar hoje encontrou tudo igual. “Tá todo mundo exposto, são mais de 2 mil funcionários e todos tem família. Se eu pego alguma coisa levo para dentro de casa. Tenho esposa e filha”.

Ele explica que com o risco de contaminação do vírus, os funcionários acima de 60 anos foram liberados, mas que agora falta a limpeza do prédio e a disponibilização de álcool em gel. “Está todo mundo colado e o quadro de funcionários é grande”. Um terceiro trabalhador destacou que o ambiente é fechado e frio, o que aumenta o medo de propagação da doença.

O mesmo problema fez com que a outra unidade de empresa, localizada na Rua Maracaju com a Rui Barbosa, no Centro da Capital, fosse interditado pela Vigilância Sanitária. Segundo o titular da Semadur, Eduardo Costa, no local era descumprido a recomendação estabelecida em decreto municipal de reduzir o número de funcionários no mesmo ambiente a no máximo 20, com espaço mínimo de 2 metros entre eles.

Vamos fazer – Nesta manhã, durante a interdição da unidade, a empresa enviou dois advogados ao local, que não conversaram com os jornalistas. No entanto, as informações fornecidas pelo fiscal José Carlos de Souza Lauretto, os representantes se comprometeram a providenciar as medidas necessárias para atender às determinações.

Conforme o fiscal, não há prazo para isso. Segundo a explicação, a pressa é da empresa, pois até lá, os funcionários não podem trabalhar.



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