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Capital

Investigação de compra de imóvel de luxo com verba pública terá desdobramentos

Delegado da Receita Federal, Zumilson Custódio diz que é preciso identificar beneficiados e reaver recursos

Por Silvia Frias | 10/07/2024 12:36
Equipes da PF, CGU e Receita durante cumprimento de mandados da Operação Casa de Ouro (Foto/Divulgação)
Equipes da PF, CGU e Receita durante cumprimento de mandados da Operação Casa de Ouro (Foto/Divulgação)

A investigação originada a partir das operações Lama Asfáltica e Mineração de Ouro “ainda terá muitos desdobramentos”, disse o delegado da Receita Federal em Campo Grande, Zumilson Custódio da Silva. Hoje foi deflagrada a 3ª fase, a Operação Casa de Ouro, que investiga a compra de imóvel de luxo no Jardim dos Estados com recursos públicos desviados.

Segundo Custodio, é preciso identificar “quem realmente se beneficiou desses recursos, onde foram parar (...) e para que essas pessoas possam ser responsabilizadas e valores retornem aos cofres públicos”.

De acordo com a Receita Federal, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão de Campo Grande, com participação de cinco auditores-fiscais e cinco analistas tributários, além de 28 policiais federais, dois procuradores da República e dois servidores da CGU (Controladoria Geral da União).

Em Campo Grande, um dos mandados foi cumprido em apartamento do edifício Eudes Costa, na Vila Célia.

O delegado da Receita Federal diz que a investigação de hoje é específica para averiguar possível aquisição de imóveis com dinheiro público desviado por meio de licitações e contratos fraudulentos e triangulação de empresas de forma conjunta para constituir organização criminosa. O objetivo é mascarar origem dos recursos para compra de imóvel, retornando aos servidores que fizeram o desvio dos valores.

A reportagem apurou que um dos imóveis adquirido de forma fraudulenta fica na Rua Brasil, no Jardim dos Estados. O delegado não deu detalhes, mas diz que a operação de hoje foi bem sucedida.

Fases – Em 8 de junho de 2021, a Mineração de Ouro cumpriu mandados contra os conselheiros Waldir Neves, Osmar Jeronymo e Ronaldo Chadid. Foram apurados esquema de contratação de funcionários "fantasmas" na Corte Fiscal e desvio de verbas públicas.

A segunda etapa foi deflagrada em 8 de dezembro de 2022. Batizada de Terceirização de Ouro, a nova fase afastou dos cargos os conselheiros Iran Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid.

A reportagem entrou em contato com as defesas dos conselheiros investigados em outras fases da operação e todos negam que esta etapa tenha qualquer relação com alguns deles ou com pessoas ligadas aos conselheiros.

Delegado da Receita Federal, Zumilson Custódio da Silva (Foto/Arquivo)
Delegado da Receita Federal, Zumilson Custódio da Silva (Foto/Arquivo)

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