Investigação sobre briga entre delegados estão avançadas, diz secretário
Segundo Videira, não há qualquer indício que leve ao afastamento de Adriano do cargo
Enquanto o delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Adriano Geraldo Garcia, está de férias, as investigações sobre a discussão entre ele e a delegada Daniela Kades em uma reunião interna continuam “a todo o vapor” na Corregedoria. É o que afirmou o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, nesta manhã.
Videira falou sobre o caso, que ganhou repercussão após a divulgação do áudio da discussão entre os delegados no início do mês, durante lançamento da segunda etapa do Programa MS de Integridade.
Segundo o secretário, a apuração é acompanhada de perto pela delegada-adjunta Rozeman Geize Rodrigues de Paula, que desde 11 de novembro responde pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul no lugar de Adriano e pelo corregedor-geral, Márcio Rogério Faria Custódio.
“Ontem, eu me reuni com a doutora Rozeman e com o delegado Márcio e eles me atualizaram do procedimento que está na Corregedoria, o episódio como um todo e nós estamos acompanhando as oitivas, as versões apresentadas por todos”. Videira garantiu que as investigações estão avançadas e que todo o procedimento administrativo é seguido à risca para garantir transparência e ampla defesa dos envolvidos.
Conforme ele, o processo está bem adiantado e ao fim da análise da Comissão Processante, as apurações serão enviadas à Sejusp. Em regra, o procedimento tem prazo de 30 dias para ser concluído, mas esse período pode ser estendido para garantir a entrega da defesa prévia dos envolvidos.
Apesar de falar que no momento não se descarta a instauração de outros procedimentos para apuração dos atos denunciados à Corregedoria, o secretário afirma que hoje, não há qualquer indício que leve ao afastamento de Adriano do cargo de delegado-geral.
A afirmação de Videira não se refere somente a briga entre os delegados, mas sim, ao pedido de retirada do delegado do cargo, feito pelo vereador Tiago Vargas e as recentes denúncias contra ele feitas ao Ministério Público Estadual, que apontam a um possível envolvimento do chefe da Polícia Civil com o jogo do bicho. “Como no momento ele está de férias, não afeta em nada a apuração”.
Em entrevista, o secretário ainda explicou que diante de um possível afastamento, ficaria a cargo do governador do Estado eleger um novo delegado-geral, já que a escolha do nome para o cargo é exclusivamente do chefe do Executivo.
Entenda – O vazamento de uma discussão entre Adriano e a delegada Daniela Kades, durante reunião interna, deu início à uma série de denúncias contra a administração do atual delegado-geral. Na ocasião, ela se recusou a revelar ao chefe a identidade de criminosos investigados pela Operação Omertà, sob justificativa de que “não confiava na polícia”.
Depois das acusações, Kades virou alvo de denúncia por “insubordinação” na Corregedoria e a discussão passou a ser investigada. Quando os áudios vieram à tona, foi a vez de Adriano ser acusado.
Em menos de 24 horas, dois pedidos de investigação contra o delegado-geral foram registrados no Ministério Público. O primeiro, um pedido de investigação sobre a ligação do chefe da instituição com o jogo do bicho e o segundo, o afastamento dele do cargo.
Além disso, uma ala da polícia critica ações da Operação Deu Zebra, que classificam como “enxugar gelo” contra o jogo do bicho, já que não investigam quem lidera a jogatina e ainda retiram efetivo das unidades que deveriam estar à frente de investigações de outros crimes, como roubos, homicídios e furtos.