Jovem que dirigiu carro para Zeolla afirma não ter feito nada por medo
O jovem que dirigiu o carro em que o procurador aposentado Carlos Alberto Zeolla, 46 anos, foi até o local onde atirou no sobrinho, Cláudio Alexander Zeolla, de 23 anos, morto horas depois, afirmou nesta manhã não ter esboçado qualquer reação por ter medo. “Se eu falasse algo, seria o próximo”, afirmou Etevaldo Luis Ferreira Machado, que foi ouvido como testemunha da acusação.
Etevaldo, menor de idade na época do crime, foi uma das cinco testemunhas convocadas pelo promotor Fernando Zaupa, responsável pela acusação.
Todas reforçaram a “tranquilidade” demonstrada pelo procurador aposentado no dia do crime.
Etevaldo relatou que ele chegou a ouvir música no carro. O jovem contou que era contratado como auxiliar de serviços e que cuidava dos animais na casa de Zeolla mas também dirigia o carro dele, mesmo não tendo habilitação para isso.
Por causa disso, Zeolla está sendo julgado por homicídio mas também por entregar a direção de veículo a pessoa não habilitada.
Tapa-O depoimento das testemunhas de acusação trouxe também uma informação nova de Natália Pereira dos Santos, com quem Cláudio Alexander estava se relacionando à época. Ela disse que recebeu uma ligação da vítima na noite anterior ao crime e que ele contou sobre uma discussão com o avô, Américo Zeolla.
Segundo Natália, Cláudio disse que o avô, falecido em 2010, deu um tapa nele. Essa informação foi contestada pelo advogado de defesa de Zeolla e Natália afirmou que pode não ter se lembrado anteriormente.
Também testemunharam três pessoas que estavam no local do crime, Laura Glaciane Arévalos, Júlio Cesar Feitosa e Juliana Aparecida de Souza. Elas descreveram o cenário e comentaram que Zeolla fez tudo aparentemente calmo.
A favor-Para a defesa de Zeolla, falaram três procuradores, a ex-procuradora geral do MPE (Ministério Público Estadual), Irmã Anzoategui, e os procuradores Marcos Sottoriva e João Albino Cardoso Filho.
Eles elogiaram o desempenho profissional de Zeolla em 20 anos de MPE. No caso de Sottoriva, o elogio foi também para o campo pessoal.
O procurador, amigo de Zeolla, relatou que ele foi o primeiro colocado no concurso pelo qual entrou na instituição e, no dia a dia, não era apenas um acusador, mas um profissional em busca de justiça e humano.
Nessa linha, Sottoriva contou que, quando atuava em Dourados, Zeolla custeou o tratamento de um menor de idade acusado de um crime, para que ele pudesse curar problemas na fala e, dessa forma, conseguiu ser declarado inocente.
Os depoimentos são direcionados a um júri formado por 4 homens e 3 mulheres, que vão decidir se o procurador aposentado deve ou não ser punido pela morte do sobrinho.